Fomos informados, pelo primo Rodrigo Pires, do falecimento, nas primeiras horas deste domingo 29, de João Hermínio Figueiredo, o popular João Neguinho, aos 72 anos de idade. No próximo "Álbum de Memórias", no nosso canal do YouTube, registrarei imagens captadas em 2007, quando ele se encontrava nas imediações do Beco de Zezé, em companhia de João Raimundo dos Santos (Jacó).
Esses dias tomei conhecimento de sua obra (na Biblioteca Pública do Recife); por ter uma das minhas origens na primitiva Fazenda Santo Antônio, hoje compreendida nos municípios de Afogados e Carnaíba, preciso muito de seu livro. Dependendo da disponibilidade, uns 3. Qual o preço? O PIX ou conta corrente? Sou de Serra Talhada e moro aqui em Recife.
Obrigado. _______________________________
Oi Joaquim, Receberei meu 2º livro "Afogados da Ingazeira – Páginas da sua história" nesta próxima semana, com tiragem inicial de 500 volumes, e entrarei em contato. São 334 páginas que abordam histórias desde 1835, a partir da Ingazeira. Quanto ao primeiro, "Afogados da Ingazeira – Memórias", está esgotado. [Fernando Pires]
Lembro do autointitulado afogadense Durval Ferreira Lima, filho do Cabo Durval, colega de farda do meu pai, Pedro Góes, Pedro soldado. Não sei em qual ano, mas lembro de quando sua família se mudou para o Recife, onde moro. Lembro dos nomes dos seus irmãos. Se não de todos, da maioria. O mais velho suponho que seja José - genro do também policial Joaquim José -, Djalma, Dário, Dalila e Zefinha. Não lembro de outros. Também não me lembro do nome da sua mãe, mas, salvo equívoco, ela era tratada, carinhosamente, pelo Cabo Durval, por Preta. Confirme, Durval. Um abraço.
Quanta satisfação ao ler essas mensagens que são parte da minha infância/adolescência. Fernando, você catalogou tudo que Afogados da Ingazeira me deixou na memória. Não sou afogadense, mas cheguei aí criança. Quando me perguntam de onde sou, respondo: sou afogadense, com orgulho. Lembro-me do cheiro da fábrica de doce de goiaba, do Sr. Virgílio, do (Grupo Escolar) Pe. Cottart, do raspa de João de Chica, do bar e a sinuca de Zé Panqueta, do posto de gasolina do Sr. Décio, pai de Reginaldo, e do bar de Geni Marinho. Recebi minha formação cívica com esses professores que vc faz referência. Toreba (pai de Hélio, meu colega no primário) era proprietário do ônibus (que fazia a linha Afogados/Tabira).
___________________________ Para quem não me conhece, sou Durval Ferreira, natural de Moreilândia, mas cheguei a Afogados da Ingazeira ainda criança, e lá vivi boa parte da minha juventude. Estudei o primário no Grupo Escolar Pe. Carlos Cottart, também no Pinto de Campos. Também, como Fernando Pires, fui seminarista, em Pesqueira. Saí de Afogados há mais de 50 anos; vim para o Recife, e na Polícia cheguei ao posto de Major. Nunca mais voltei à terrinha. Sinto saudades... Meu pai, Durval Ferreira Lima, foi volante (da polícia), na caçada de Lampião.
Durval Ferreira
Recife, PE Brasil - 25-agosto-2021 / 18:52:01
Recebemos, há pouco, a informação de Luciene Castro, do falecimento, nesta manhã de domingo 22, por atropelamento, do seu tio José Alves dos Santos (Geraldo Agostinho), ex atleta de futebol (do Guarani) . Amanhã, Geraldo (foto) completaria 82 anos de idade (23.08.1939-22.08.2021). Ele chegou a ser atendido no Hospital Emília Câmara, mas não resistiu aos procedimentos e foi a óbito. Geraldo deixa viúva Luciene, e sete filhos. Nossa solidariedade aos familiares.
Há 10 anos falecia Renato Bernardo Vieira (26/07/1929 – 16/08/2011)
Sua Autobiografia
"Filho de Francisco Bernardo Vieira e Maria Landelina Dias Vieira, nasci em São Joaquim do Monte - PE, em 26 de julho de 1929. Com 1 ano e 2 meses meus pais resolveram voltar à terra natal, São Miguel, 3º distrito dos Bezerros, hoje Sairé e emancipado, onde passei a minha infância. Aos 12 anos, em 1941, fui residir em Bezerros onde trabalhei em tipografia numerando talão de jogo de bicho. Fazia máscaras de papangu para vender, fui contínuo da Prefeitura e trabalhei no Hotel Comercial.
Em 1949 servi ao Exército Brasileiro, na cidade do Recife, num período de 1 ano e 3 meses. Quando dei baixa, em 1950, fui para Sertânia - PE, trabalhar no Censo de 1950. Em 16 de setembro de 1950 ingressei na empresa ANDERSON, CLAYTON, firma americana, compradora de algodão e agave em todo o Nordeste e Sul do país. Nessa empresa trabalhei por quase treze anos, nos Estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas.
Nos idos de 1952 viajei de trem para Afogados da Ingazeira, por acaso em companhia do amigo Raul Cajueiro de Albuquerque que também seguia para assumir a função de Escrivão da Coletoria Estadual e eu a chefia do escritório de ANDERSON, CLAYTON onde posteriormente assumi a gerência. Nos conhecemos em Sertânia, pois ele, por ocasião do censo de 1950, nos informava o preço de várias mercadorias concernentes ao serviço da Agência de Estatística chefiada por meu irmão José Bernardo Vieira. Nessa agência, depois de 1 ano assumi a gerência. Na safra de 1954 – que foi ótima, compramos bastante algodão a ponto de armazenar na rua cerca de 4 extraordinários lotes de algodão e rama, porquanto a compra efetuada em Afogados era transferida para Sertânia a fim de ser beneficiada. Devido as constantes viagens e sempre retornando a Afogados da Ingazeira, tornei-a minha sede residencial. De Afogados fui para Viçosa-AL, Alagoa Grande-PB, Campina Grande-PB e Patos-PB, local onde assumi o pico mais alto da pequena montanha que era a fábrica de óleo. Foi para mim momento de grande satisfação, pois negociava a compra de óleo com fornecedores da Paraíba, Pernambuco e Ceará. A fábrica representava substancial investimento e por essa razão exigia muita dedicação para o seu equilíbrio.
Em 12 de março de 1961, casei-me na catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios com a afogadense Izaura Liberal Bezerra, filha do Senhor José Pedro Bezerra e Dona Eudócia Liberal Bezerra. Dessa união nasceram Walker e Franck, e do segundo filho tenho um neto de nome Renato. Posteriormente fui nomeado secretário geral da Prefeitura Municipal de Patos-PB no Governo Otávio Lacerda. Dois anos depois deixei a Prefeitura, voltando para Afogados da Ingazeira, onde durante certo período lecionei no Ginásio Monsenhor Pinto de Campos e Estadual em companhia de Luís Justino, Luís Alves, Valdecy Menezes, Durval Galdino, Assis e outros. Quando cheguei em Afogados ainda encontrei a empresa construtora Camillo Collier encarregada da construção da ferrovia. Empresa de funcionários bastante sociáveis que ajudava a cidade no seu desenvolvimento. Nesse período foi fundado o ACAI onde tomamos parte com vários afogadenses e funcionários da Collier.
Aluno do Colégio Monsenhor Pinto de Campos, e como ex-militar fui convidado para ser instrutor do Colégio Normal para os desfiles de 7 de setembro e outras solenidades. Os treinamentos eram realizados no período da tarde e em datas próximas aos desfiles. Concluí o curso primário em Bezerros-PE, o ginásial em Afogados da Ingazeira-PE, o curso Técnico de Contabilidade entre Campina Grande-PB e Sertânia-PE e o curso superior no Recife. Em 31 de março de 1967, por concurso ingressei na SUDENE, exercendo atividades por 30 anos. Como técnico, viajei por todo o nordeste, além do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Coincidentemente tive a satisfação de fazer a segunda fiscalização da fábrica de confecções localizada em Afogados da Ingazeira que recomendou a primeira liberação de recursos da SUDENE. Durante o ano de 1967 eu viajava de trem a cada 15 dias, de Recife a Afogados da Ingazeira. Saindo do Recife às 5h do sábado e chegando às 17h em Afogados da Ingazeira e ao voltar no domingo saia às 9h chegava às 21h. Até que me organizei e transferi a família em dezembro daquele mesmo ano.
Não há como esquecer a convivência com Padre Antônio (professor de português e latim), Dr. Aloísio Arruda (matemática), Dr. Jesus (ciências), Professora Letícia Góes (francês), Profª. Terezinha Veras (história geral) e outros mais que eram dedicados e eficientes no desenvolvimento do Colégio Monsenhor Pinto de Campos. Lembro-me bem do simpático Bispo Dom Mota que uma vez por outra visitava os alunos do Ginásio Monsenhor Pinto de Campos nos ensinando as práticas da vida com exemplos extraordinários. Uma coisa que permanece em meus pensamentos foi quando, vizinho de Dr. Hermes Canto, constatei a sua dedicação e assistência aos inúmeros clientes num período em que tudo era difícil, especialmente comunicação e transporte. Lembro-me bem, que em várias oportunidades, chegando de uma atividade, e, ao se recolher, outro cliente batia em sua porta chamando-o para um atendimento médico na zona rural, sendo prontamente atendido."
Domingo, 14 de agosto de 2011, Renato se sentiu mal e foi socorrido para o Hospital Esperança, no Recife. Dois dias depois, na terça-feira 16 de agosto, às 14h, falecia aos 82 anos, vitimado por uma pancreatite, quando seu coração parou definitivamente. O velório aconteceu na Casa Baptista, na rua da Conceição, Boa Vista, no Recife. O sepultamento foi realizado em Bezerros (PE), onde seus pais estão sepultados.
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Renato foi um excelente professor no curso ginasial do Pinto de Campos, onde estudei na década de 1960 em Afogados da Ingazeira. Aqui no Recife, no dia 5 de julho de 2008, fomos, eu e Milton Oliveira, ao seu apartamento para essa entrevista, onde colhemos suas memórias e histórias.
Hoje fui surpreendido com um grande lote de anotações feitas por Sylvia, minha esposa, de fatos que aconteceram em 1960. Nós éramos casados por mais ou menos ano e meio, quando a companhia proprietária do território residencial onde morávamos veio nos visitar; foi uma noite muito agradável, pois eles apresentaram para nós a oportunidade de comprar terreno naquela área para construir uma casa. Nós ficamos surpresos com a ideia, e aceitamos de todo coração, pois a visita pela companhia foi uma surpresa, mas, é como se eles estivessem lendo nossas mentes. Aceitamos a oferta e compramos um terreno que foi uma bênção celestial que nos alegrou imensamente.
Desde aquele instante, naquela noite na cidade de Osasco, subúrbio da cidade de São Paulo, nossa vida mudou, passando a ter um propósito que era um plano para iniciarmos a construção de nossa casa - nosso objetivo principal. Silvia ficou em charge de planejar a planta da casa em todos os detalhes pois ela tinha conhecimento professional do assunto. Nós sempre fomos frugais, gastamos o que era necessário, e esta atitude tem nos guiado até hoje. Naquela época eu trabalhava com Lençóis Santista, uma boa companhia onde trabalhei 5 anos e meio; lá eu tinha boas relações com todos, especialmente o meu chefe, Renato Blotta, e eu vendia todos os excesso de materiais que que não era necessário manter em estoque. Algumas semanas depois entrei em contato com um vizinho e perguntei se ele poderia me ajudar com a construção da casa. Ele era um senhor de uns 60 anos de idade, e residia próximo da nossa casa. Ele aceitou e ficou sendo meu assistente em tudo sobre construção. Em determinado momento companhia começou a promover a venda dos imóveis. Achei pessoas interessadas nas suas aquisições e ganhei uma boa soma de dinheiro com essas transações, partindo para a construção da nossa casa com mais entusiasmo. Fizemos a fundação e paramos para fazer um balanço da situação, fiquei sabendo da necessidade de materiais diversos para a construção.
Nesse meio tempo vi que a fábrica onde eu trabalhava estava destruindo uma área para reconstruir da maneira desejada por eles; falei com meu chefe, contei minha história e ele perguntou o que eu queria. Disse-lhe que necessitava de algum material do que estava sendo removido, e necessitava, também, que o caminhão da companhia o levasse até à frente da minha casa que estava a menos de um quilômetro dali. A resposta foi fantástica para mim; ele simplesmente disse: só me diga quando! Fiquei exuberante com a resposta e me preparei para receber a carga que aconteceu uma semana depois. Isso eu nunca esqueci de agradecer ao Senhor Deus, e aos homens de boa vontade. Trabalhei diariamente após o jantar, até o anoitecer e nos fins de semana, preparando o material a ser usado na construção da laje que tanto esperava para dar progresso ao resto da casa. Isto foi o melhor presente que já recebi, e o que sobrou vendi por um preço razoável ao meu parceiro construtor que era um sertanejo expatriado como eu.
As anotações que Sylvia me apresentou foram feitas por ela, e são em detalhes vivos do custo monetário de tudo que pagamos para ter a nossa casa, que construímos com amor e dedicação, e, sem dúvida, gratidão aos amigos e ao Senhor Deus que nos proporcionou a oportunidade. -
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 12-agosto-2021 / 19:38:01
Reencontro com a Velha Casa do meu pai
Foi uma surpresa ver a "velha casa" dos meus pais, em Afogados da Ingazeira, de roupa nova, pintada e preparada como se para uma festa. O telhado novo, as paredes pintadas, bem como as janelas; é como se houvesse sido preparada para uma festa de casamento; isto me alegrou imensamente, pois até a parede da área ajardinada ao lado da travessa Coronel Paulino Raphael foi reconstruída. A surpresa foi grande, e a vontade de gritar de alegria com as velhas lembranças que me vieram à mente. Lembrei-me quando ajudei meu pai fazendo sapatos encomendados para a época das festas de fim de ano, quando Sr. Simão soldado parava para desejar um bom dia ou boa tarde, e papai parava para ter uma breve conversação com ele, e a dizer: o senhor tem um novo ajudante, e nós todos riamos juntos. Ou então era alguém pedindo ajuda com medicação para alguém da família que não estava indo bem e necessitava de ajuda; papai parava e ia atendê-lo.
Nesse mesmo cenário, quando ainda não havia o muro do jardim, papai estava trabalhando, confeccionando sapatos, e eu e meu irmão Tarcísio estávamos brincando na área. Meu Pai, vendo que eu estava fazendo um "arco e flecha", me avisou: não aponte para ninguém, pois é perigoso; aceitei o conselho e afirmei que não o faria. Vendo meu irmão brincando, sentado no chão, apontei o arco e flecha e ele começou a chorar; meu pai levantou-se com a correia na mão, e aplicou alguma lapadas no meu traseiro; eu também chorei de dor com o castigo. Meu irmão chorou mais pelo susto do que qualquer outra coisa, mas as lapadas que recebi foram bem aplicadas. Nessa época eu estava com uns 6 anos de idade. São memórias inesquecíveis.
Lembro me da última vez que vi a casa ser pintada, e o telhado ser reparado por pintores que eram amigos. Eles eram pai e filhos, jovens adultos que me lembro bem. Eu gostava quando isto acontecia, pois era como se recebêssemos uma casa nova. E assim aconteceu ontem quando recebi seu e-mail com a foto da casa reavivada, e tudo voltou à minha mente: "as vozes amigas, os sorrisos de amigos e de pessoas amadas e respeitadas". Por isso dou graças ao Senhor nosso Deus, pelas bênçãos recebidas durante toda minha vida; por meus pais e família, que foram a base dos meus sucessos com exemplos que tenho passado para meus filhos e netos.
Louvado seja o Senhor nosso Deus que tem me dado amigos como você, Fernando Pires. Até a próxima!
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 3-agosto-2021 / 17:59:18
A única carta que recebi do meu Pai
Hoje, relembrando da primeira fase da minha vida como marinheiro, veio-me o sentimento de solidão, isolamento que senti ao me estabelecer no Rio de Janeiro com a Marinha do Brasil. Nós éramos 350 jovens de várias partes do Nordeste, sediados no Recife, na Escola Aprendizes de Marinheiros, com o sentimento de que desejávamos uma vida responsável e respeitável que nos proporcionaria a possibilidade de alcançar independência produtiva e cheia de realizações. E isto aconteceu de várias maneiras após participarmos das diversas escolas de aperfeiçoamento profissional. Eu fui para a escola de Eletrônica que muito me ajudou na vida civil. Durante este tempo eu escrevia frequentemente para meus pais, e ansiosamente esperava pelas respostas que eram escritas por minha mãe. Um dia, na minha resposta, mencionei que eu gostaria de receber uma carta escrita por meu pai, pois até então eu não tinha nada escrito por ele. Foi verdadeiramente uma grande alegria receber, um mês depois, uma carta sua endereçada a mim. Guardo até hoje esta lembrança histórica do meu pai. Ele escrevia para minha irmã Firmina e a outros membros da família, e eu me sentia esquecido, mesmo sabendo não ser o caso, mas eu desejava ter uma carta escrita por ele, e isso aconteceu. Lembro-me bem quando li a carta, era como se eu estivesse ouvindo sua voz, o que trouxe conforto para mim, e relembro até hoje com carinho. Não sei qual a razão desta lembrança, hoje, pois aconteceu na década de 1950, uns 70 anos atrás. Fato é que, desejando escrever algo para este Mural, veio-me à lembrança. Agradeço ao Senhor Deus por meu Pai e minha Mãe. Louvado seja o Senhor nosso Deus.