AFOGADOS DA INGAZEIRA - MEMÓRIAS Guest Book

Caso você queira colocar seu registro, clique aqui!


 Registros de 171 a 180 do total de 5721 [Anterior] [Próximo]


Veja todos os nossos mais de 220 vídeos no YouTube
E... se do seu interesse, inscreva-se no nosso canal!

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 21-junho-2021 / 6:24:47

Oi Fernando.

E a vida continua...
Hoje pela primeira vez me senti sozinho, isolado, por uma razão muito simples: meu filho Igor, o mais velho, vendeu sua residência e se mudou para So. Carolina, viajando de carro, e acabo de receber um telefonema me avisando que eles chegaram ao seu destino, depois de três dias de viagem. É uma viagem fantástica especialmente quando trata-se de mudança; são dias de surpresas, atravessando mais de seis Estados. Graças ao nosso Deus eles já chagaram ao seu destino.
O meu filho número dois, Ivan, o mais novo, está com toda a família em New York para participarem da formatura do meu neto Sean, que estudou quatro anos na Escola Naval Americana. Estou exuberante de alegria por este fato. Ele fez bastante viagens internacionais, atravessando o Oceano Pacifico e amanha é o dia de graduação como 'Ofice da U.S.Merchant Marine'. Após graduação ele virá para o Estado de Washington, aqui na costa do Pacifico, na fronteira com o Canadá.
O Senhor Deus e Pai tem sido bondoso e misericordioso conosco, pois temos sido premiados com uma vida agradável e abençoada.
Só nos resta agradecer-Lhe e dizer Amém!
Até a próxima.

Zezé de Moura <jojephd@yahoo.com>
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 20-junho-2021 / 7:56:50

Tomei conhecimento agora, Fernando, do falecimento de minha amiga e médica dos meus filhos, Dra. Terezinha Padilha.
Estou consternado com o fato.
Que o Bom Deus a tenha em paz no seu reino.
Aos familiares, os nossos pêsames.
Hiltinho

Hilton Batista de Oliveira <hiltondeoliveira@bol.com.br>
Afogados da Ingazeira, PE Brasil - 18-junho-2021 / 16:29:34
Hoje cedinho recebi uma mensagem de Arimarcel Padilha, que relatou:

"Na noite de ontem - quinta-feira 17 -, às 22h30, com diagnóstico de infarto, levada para o hospital Santa Joana, aqui no Recife, direto para a UTI, em estado grave, a nossa querida Dra. Terezinha de Barros Padilha não resistiu e foi a óbito aos 93 anos de idade 1928-2021."
"Na véspera ela estava muito contente, cantando, brincamos com “estórias” contadas, deixou que eu cortasse as unhas e, quando estava a cortar, ela disse brincando 'vixe, quanta honra um doutor que já esteve em Londres, cortando minhas unhas...', contou-me Arimarcel, seu sobrinho, sempre presente no convívio familiar.
Dra. Terezinha, durante toda essa pandemia, teve a companhia de sua irmã, Madalena Padilha, mãe de Arimarcel.

O sepultamento será realizado hoje - sexta-feira 18 - no cemitério Morada da Paz, em Paulista.
Ainda não sabemos o horário.

Visite o Memorial, no Morada da Memória, acessando o link: memorial de Teresinha Barros Padilha

______________________________________________

Em 2008, 2 de setembro, dra. Terezinha, conceituada médica em Afogados da Ingazeira e na região do Pajeú, concedeu-nos essa entrevista.



______________________________________________

Terezinha Barros Padilha, dra.

Teresinha nasceu em Custódia-PE no dia 7 de dezembro de 1928. Terceira filha do casal Elpídio do Amaral Padilha e Arethusa Barros Padilha que teve dez filhos: a primogênita Maria Consuelo (que nasceu em Flores) e a segunda Maria Mercês (afogadense) faleceram aos 11 meses de idade e, coincidentemente, também com broncopneumonia. Depois vieram Teresinha, Magda, João e Miriam (que nasceram em Custódia); Maria Magdalena, Margarida, Helena e José Artur (nasceram em Afogados da Ingazeira).

Na infância, Teresinha teve sérios problemas de saúde – difteria -, e na época havia a precariedade de médicos na região. A sua sobrevivência ela credita ao dr. Diocleciano Lima, médico itinerante que passava por Custódia e acompanhou a sua saúde até o seu pronto restabelecimento. Por sorte, ele dispunha da medicação específica para o tratamento da sua doença. O dr. Diocleciano Lima e dr. Severiano Diniz (este, de Princesa Isabel), viajavam pela região (Afogados, Flores, Triunfo, Princesa Isabel, São José do Egito, Sertânia, Custódia e outras localidades), no lombo de animais, para dar assistência às populações desassistidas de profissionais de saúde.
Algum tempo depois, antecipando a mudança dos familiares para Afogados da Ingazeira, seu Elpídio encaminhou Teresinha, aos três anos de idade (1931), para morar com os tios Décio do Amaral Padilha e Maria Cavalcanti Padilha (Mariinha) em uma casa na então Praça do Comércio (Domingos Teotônio/Mons. Alfredo de Arruda Câmara) vizinho a dona Sadote e onde hoje reside Murilo Campos. Lá permaneceu um ano e meio até que o seu pai chegou com o restante dos familiares e se estabeleceu, inicialmente no Alto do Seixo, em um chalé construído pelo irmão Arthur Padilha, com os seus pais João de Freitas Padilha e a Maria Isabel do Amaral Padilha. Teresinha, então, passou a residir com os pais, mesmo a contragosto, pois já estava acostumada com os tios, na cidade.

Cedo iniciou os estudos primários com a professora dona Mariinha, esposa do seu tio Décio (funcionário público, coletor estadual em São José do Egito e em Bom Jardim, quando se aposentou). Naquela época a criança tinha uma infância longe dos bancos escolares até os 7 anos de idade. Teresinha, no entanto, começou logo cedo, por sua insistência e com a ajuda da professora Mariinha, sua tia. A sua infância foi de brincadeira de casinha e bonecas, subindo em árvores, traquinando e procurando aprender a nadar e a pescar piabas no Rio Pajeú – que na época tinha suas águas cristalinas - com as filhas dos amigos no “Alto do Seixo”, propriedade de seus avós Maria Isabel e João de Freitas Padilha.
Com o crescimento dos filhos, seu Odilon que residia na zona rural (no atual bairro São Francisco), cruzou o rio Pajeú e veio para a cidade, pela necessidade de educar os filhos em ambiente mais propício. Teresinha Padilha iniciou os estudos primários na escola pública com a professora, sua tia, Mariinha e depois com Letícia de Campos Góes - prima legítima da sua mãe (sobrinha de Luiz de Góes, irmão da sua avó Maria Fernandina Campos Góes).
Dando continuidade, estudou com dona Evangelina de Siqueira Lima por somente um ano, depois com Assunção Câmara, filha do ex-prefeito Nozinho Câmara e Maria do Carmo Simões, de Alagoinha/PE, a quem, disse, lhe dever muito, pois, sendo uma aluna muito curiosa pelo saber, perguntava excessivamente e tinha as respostas de que necessitava. E dona Anita Diniz, uma morena recifense. Recorda-se de que na sua época de estudante os professores eram fiscalizados por um delegado estadual de ensino que fazia registros da frequência e qualidade do ensino. Lembra-se que as escolas da época eram na Trav. Manoel Arão, onde hoje é um hotel; ao lado da Catedral, hoje pertencente à família de Zé Gago; Na praça Pe. Carlos Cottart, esquina onde funciona uma casa comercial.

Sobre a Afogados da Ingazeira da sua infância e juventude, disse que era uma cidade pequena, sem calçamento, tinha poucas árvores, postes de iluminação pública, e uma praça que era denominada “do Comércio”, depois Domingos Teotônio e finalmente Mons. Alfredo de Arruda Câmara) demarcada por meios-fios e nela alguns canteiros.
A construção do Coreto, no governo do prefeito Nozinho Câmara, foi muito bem recebida pela população, pois não havia nada no meio da praça. Dos Fícus e Oitis daquela época, ainda restam alguns, como o existente na frente da casa da família de dona Creuza/ Newton César e dos lados frontais de Catedral. Algumas delas plantadas na gestão do prefeito Osvaldo da Cruz Gouveia - genro de Luiz de Campos Góes e Petronila de Siqueira do Amaral Campos Góes.
Ao terminar os estudos primários iniciou sua preparação para o Exame de Admissão ao Colégio Stella Maris, em Triunfo – administrado por freiras alemães. Quase um vestibular! Para tal, se preparou em Flores com sua prima Maria de Lourdes Cavalcanti Padilha. Teresinha se recorda que as estradas para aquela cidade eram péssimas, mas, foi em 1940 em um Ford 29 de Luiz Gonzaga de Siqueira (Guaxinim), um dos poucos existentes em Afogados da Ingazeira, que ela – com 12 anos de idade - se dirigiu para aquela localidade. Lá, ficou hospedada na casa dos tios Mariinha/Décio Padilha, pais da professora.

Estudou durante um ano em Flores, logrando êxito no Exame de Admissão no colégio de Triunfo, com uma boa nota, pois teve bom preparo. Iniciado o ano letivo ficou hospedada, também, em Triunfo, na casa da tia Mariinha que se mudou para aquela cidade com a finalidade de acompanhar a educação das filhas que também iriam estudar no Stella Maris. Teresinha ficou no regime de externato, enquanto as irmãs Magda e Myriam ficaram internas. Recorda-se que ela e suas primas eram muito assediadas pelos jovens em Triunfo e que sempre ouviam serenatas nas noites de finais de semana, cantadas pelos pretendentes. E todos os vizinhos gostavam desses momentos românticos. Recorda-se, também, do seu primeiro namorado, ainda criança, em Afogados da Ingazeira, quando tinha apenas 12 anos de idade.
Em virtude da dificuldade de transporte, passava muito tempo na cidade, mesmo durante as férias. Agradece àquele Colégio a sua base intelectual, o que facilitou seu acesso à Faculdade de Medicina, tornando-se médica pediatra.

Passados cinco anos de estudos no Stella Maris, em 1946 com quase 18 anos retornou para Afogados da Ingazeira, formada como Professora – laureada – no curso Normal Rural. Estando em Bom Jardim, a passeio, na residência do seu tio Décio, soube que o Sr. Pedro Pires Ferreira contatou o seu pai, Sr. Odilon do Amaral Padilha oferecendo para Teresinha uma interinidade para a Ingazeira. Aceitando o convite, assumiu o cargo. Dois anos depois, através de concurso para professores, foi aprovada, sendo nomeada para Araripina, mas nem tomou posse, pois já havia sido transferida para Ouricuri por motivos políticos ligados à família Coelho, de Petrolina, para beneficiar uma correligionária daquele político. Mas, Teresinha disse ter sido bom, também para ela, pois a cidade ficava mais perto de Afogados da Ingazeira. Sendo colega de uma prima legítima do deputado Felipe Coelho, pediu para conversar com ele e solicitar remoção para a sua terra natal, pois queria ficar perto dos familiares. Solicitação aceita, mas impôs uma condição (com uma proposta indecente): que ela fosse para Afogados da Ingazeira perdendo um terço (1/3) dos seus vencimentos que seria repassado para Maria Natal, sua sobrinha, que havia terminado o curso Normal num colégio de Petrolina. Apesar dessa proposta, ela concordou. A redução do salário perdurou por quase dois anos, até que um novo governador, sabendo dessa “maracutaia”, ficou irritado e desfez esse procedimento espúrio que estava se tornando rotina no estado de Pernambuco.

De volta a Afogados foi ensinar no Grupo Escolar Padre Carlos Cottart, tendo como diretora dona Genedy Magalhães, a quem solicitou que lhes fossem dadas séries com crianças, pois sempre gostou delas. E era uma pessoa dedicada. Para começar o seu trabalho, pediu uma turma analfabeta (de criancinhas que estavam entrando no mundo escolar), pois queria começar do zero. Algumas dessas crianças eram: Miguel (Lelé, que é engenheiro), Branca Góes, Emília Amaraj (médica), Niedja Amaral, Newton César(engenheiro), Magna Cruz e Ubaldo Alves de Siqueira (Policial Rodoviário Federal aposentado).
Cinco anos depois, com a conclusão dessa turma, ficou resolvido que a atribuição para o seguimento agora ficaria por conta de duas professoras: Ela (português e história) e Teresinha Valadares (matemática e geografia). Quando se iniciaram as aulas, surgiu uma oportunidade melhor no Recife, pois sua prima Teresinha Cavalcanti Padilha nomeada diretora do INEP, escola federal em Apipucos, convidou-a para ensinar naquela instituição. Gilberto Freire era dirigente do INEP, tendo como secretária a Sra. Graziela. Foi muito bom, em todos os aspectos, pois estando na capital do estado teria condições de, mesmo trabalhando e fazendo um curso de inglês, realizar o seu sonho como médica pediatra. Fez o Curso Pernambucano de Vestibulares localizado na Av. Conde da Boa Vista, e prestando vestibular nas duas escolas de medicina existentes no Recife, foi aprovada .
E para conciliar trabalho/estudo, o que fazer? Ela foi durante 40 dias, seguidos tentar junto à Secretaria de Educação um horário que não conflitasse com o dos seus estudos. Finalmente falou com o irmão de Aderbal Jurema, o Merval Jurema, que quando viu sua colocação no vestibular e as dificuldades que estavam lhe cerceando a possibilidade de conseguir o que ela mais queria na vida, disse: “Como é que se faz uma perversidade dessa?!” E conseguiu que ela ensinasse no horário das 5 às 8h no Ageu Magalhães. Ela iria estudar, mas não queria deixar de trabalhar. Recebeu o apoio da família na sua decisão.

Realizou o sonho de ser médica em 1973. A especialização na área pediátrica foi feita no IMIP (Instituto Materno Infantil de Pernambuco), isso no último ano do curso. Em abril de 1973 já estava na terra natal, como pioneira na área de pediatria.
Ao chegar a Afogados abriu consultório em uma sala vizinha à sua residência onde atendia clientes de toda a redondeza: Tabira, Iguaracy, Custódia, Sertânia, Carnaíba, Flores e outras localidades. Além de Afogados, ele tinha consultório, também, em Tabira. Apesar do exercício da medicina, deu continuidade ao seu trabalho no Colégio Normal, dando 70 aulas à noite, enquanto não surgia concurso Estadual na área médica. Logo conseguiu credenciamento médico com a CASSI (Banco do Brasil) e com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afogados da Ingazeira e de Tabira.

Aprovada em Concurso Estadual, passou a clinicar, também, no Hospital e Maternidade Emília Câmara de Afogados da Ingazeira. Exerceu a medicina de 1973 a 1998, mas, devido a uma epidemia de cólera em Afogados da Ingazeira, retornou ao trabalho para ajudar nessa emergência. Lembra que foi necessário pedir ajuda a enfermeiras de Serra Talhada para os trabalhos imediatos.
Em virtude de ter feito o curso Normal Rural em Triunfo, que eram de cinco anos, saiu com o diploma de Professora Normal Rural e, como o segundo grau se constituía de sete anos, teve que complementá-lo no IEP (Instituto de Educação de Pernambuco) que ficava na Praça 13 de Maio. Estudou à noite, durante dois anos. Na sua turma havia somente professoras na mesma situação. Todas estavam pretendendo fazer um curso superior. Dentre essas colegas se incluíam as conterrâneas Norma César, Lurdes Almeida e Madalena Almeida. Somente depois de concluir o curso é que estavam aptas a cursar a faculdade. Nessa época Teresinha residiu no bairro de Casa Amarela.

Indagada sobre a juventude em Afogados, disse que foi maravilhosa. As moças passeavam de braços dados até o cruzeiro, nas imediações da Igreja Presbiteriana, e voltavam. E as festinhas no coreto? E os amores? A sua melhor amiga de infância e confidente foi Socorro Veras, filha do comerciante Guardiato de Morais Veras.
Quanto às festas no "Palanque", disse não haver frequentado, pois era muito jovem e não permitiam o acesso às crianças e adolescentes. Lembra-se de um balé admirável, com a participação das meninas, suas coleguinhas, que as irmãs Assunção e Dolores Câmara (filhas do ex-prefeito Nozinho) organizaram e que agradou a todos. Lembra-se, inclusive, do tipo de roupa usada e que teve a participação de Dulce Campos ex-noiva do Dr. Hermes Canto. Sobre os médicos que passaram por Afogados, lembra-se do Dr. Goode e não entende porque Afogados da Ingazeira nunca o reverenciou. Não existe um único logradouro em sua homenagem. Ela conta que, mesmo criança, lembra-se dele. Esse mesmo médico em certo momento salvou a vida do seu irmão (nome), retirando-lhe os cálculos renais que o estavam afligindo. E que ele amenizou as dores de muita gente, além de salvá-los da morte. Lembra-se, também, do dia em que ele foi assassinado em 1936. Ela tinha apenas oito anos de idade, mas, não se esquece, pois o fato causou comoção em toda a comunidade afogadense. Aposentou-se, e, voluntariamente, vive reclusa em sua residência, cercada de secretárias que lhe ajudam no dia a dia e servem de companhia.

___________________________________________________________________

Há alguns anos se mudou para a capital pernambucana, residindo no seu apartamento na Rua da Hora.
Na quinta-feira 17 de junho de 2021, faleceu no Hospital Santa Joana, Recife, de infarto, aos 93 anos de idade.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 18-junho-2021 / 7:36:07
"Eu não estou longe, apenas estou indo do outro lado do caminho"
Santo Agostinho

Há anos - muitos anos - não tinha contato com Rivani Bezerra Santana, mais ainda depois que vim pro Recife em 1996. Conheci-a nos anos 1970.
Somente nesta semana fui surpreendido com a informação do seu falecimento.
Que o Pai Eterno conforte sua filha, familiares e amigos.

__________________________________

Neste 10 de junho (quinta-feira), às 18h30, Missa de 30º dia, na paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Madalena, Recife, com transmissão ao vivo.


Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 10-junho-2021 / 9:45:33

Veja todos os nossos mais de 220 vídeos no YouTube
E... se do seu interesse, inscreva-se no nosso canal!

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 8-junho-2021 / 14:57:32
Oi Fernando.

Por aqui as coisas estão voltando ao normal, e finalmente estamos usando a nossa liberdade que é coisa fundamental na vida do povo americano.
Depois de um ano e três meses pudemos participar novamente da Feira Filatélica que nos foi negada por um ano e três meses por políticos corruptos, bem como médicos. Os filatelistas sofreram uma injustiça muito grande e finalmente nos juntamos novamente para nos deleitarmos com a camaradagem dos amantes de selos postais. Havia uns 250 filatelistas, mais uns 20 comerciantes que fizeram o possível para voltarmos ao normal, ou quase, porque ainda nos fizeram usar a desgraçada da mascara, que será eliminada no fim deste mês.
Para mim foi uma grande festa poder rever amigos filatelistas, e os selos são parte fundamental do nosso passatempo curioso e belo. Tenho muitos correspondentes pelo mundo afora que têm me ajudado a achar os selos que me faltam, e isso e um bom meio de ajudarmos uns aos outros.
Vamos ver se este principio de boa vontade persevera e floresce com as novas gerações.
Um abraço.

Zezé de Moura <jojephd@yahoo.com>
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 6-junho-2021 / 12:53:06


Fomos informados, há pouco, por Josete Pires, que o nobre ANICETO ELIAS DE BRITO faleceu neste domingo 6, aos 87 anos de idade [18.02.1934 - 06.06.2021].
Filho de Elias Mariano de Brito e de Maria Antônia de Jesus, nasceu no sítio São João Novo, Afogados da Ingazeira.
À viúva Mercês e ao filho Antônio de Pádua, nossa solidariedade.
______________________________________________

Em 2011, 15 de outubro, fomos à sua residência e registramos essa entrevista, com Luciano Bezerra, onde ele conta a sua trajetória de vida.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 6-junho-2021 / 11:16:06
A amiga Socorro Góes me enviou o texto abaixo, escrito por Denilton, marido de Cida ( foto):
_____________________________

"Quero render aqui, de público, minha mais pura homenagem, calorosa e cheia do amor de Deus à nossa querida Cida por sua fortaleza física e de personalidade no enfrentamento desse caminho árduo e impiedoso pelo qual está passando. A tudo suportando sem reclamar, sem gemer pelas dores, sem maldizer sua sorte.
Em raros momentos eu testemunhei algumas lágrimas suas ante seu desejo de se comunicar, de se alimentar, de beber água; ante seu desejo de tocar, alcançar algo e nada disso conseguir. Testemunhei sua expressão de pavor ante sua falta de ar perigosamente próxima da fatalidade, e nós, em desespero, correndo em busca de socorro.
Hoje, graças aos procedimentos cirúrgicos, e o cuidado dispensado a ela com amor verdadeiro por parentes, amigos e o corpo técnico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, grande parte desse sofrimento foi afastado dela.
Ela é uma alma forte, energizada, tanto quanto as almas de todos vocês que a conhecem e que se postam a seu lado dividindo com ela parte desse seu calvário.
Que o bem estar dela e de todos nós, venha de onde vier, seja seu refúgio e fortaleza por incontáveis anos que esperamos seja a duração de sua vida.
Todo o poder de Deus seja seu conforto.
Amém!"

Socorro Góes
Tabira, PE Brasil - 5-junho-2021 / 9:19:03

Jose Correia de Siqueira

Mais conhecido como Zé Correia, era homem de caráter, trabalhador na roça do seu pai Pedro Correia de Siqueira; a sua mãe que era minha querida tia Ana, conhecida como Aninha, irmã do meu pai Ezequiel Victorino de Moura.
Zé Correia cresceu na "Alça da Peia" que conheci muito bem. Minha primeira versão do primo Zé Correia, é a de um moço trabalhador, vendedor de feijão mulatinho num saco na feira de Afogados da Ingazeira, que ocorria semanalmente no sábado. Fiquei impressionado com o que vi, e aquilo ficou gravado na minha mente até hoje. Isso me influenciou imensamente. Recordo-me haver comentado com minha mãe, e ela me disse : "ele é um homem independente, e isso é o que a sociedade necessita - homens que produzem para o beneficio da população". Esse comentário ficou na minha mente por toda a minha vida, e tem sido um estímulo para mim desde então.

Como podem perceber, até hoje relembro com ternura do primo Zé Correia que ficou sendo meu herói. Ele mudou de ramo e começou a vender material para os sapateiros que vinham comprar no seu armazém em Afogados da Ingazeira, creio que em 1946/47. Ze Correia foi fundamental em trazer de volta depois de alguns anos o irmão que não merecia o esforço, pois ele voltou pro meio dos jogadores profissionais e prostitutas, abandonando a família pela segunda vez deixando mais duas filhas lindas com a esposa.
Maria, a mais velha gerenciou o armazém em Afogados, e o Zé Correia se estabeleceu no Recife com toda família, com residência no Espinheiro. Sua loja foi estabelecida no Centro da Cidade Recife. Tive o prazer de visitar o local quando eu já estava na Marinha, em 1953, e fiquei maravilhado como o primo havia sucedido vendendo máquinas de costura, da marca Rainha, do Japão, em Recife.

Muito religioso, contribuía financeiramente para a Igreja do Senhor Bom Jesus dos Remédios, especialmente durante os festejos anuais. Lembro-me perfeitamente quando ele vinha frequentemente à nossa casa para aprender a nossa linguagem e outras coisas relacionadas, e minha mãe era sua professora. Ele reconhecia a necessidade de um homem que estava crescendo no setor comercial

Quando eu estava casado, residindo em São Paulo, mantive contato pessoal com alguns primos que como eu haviam emigrado para São Paulo; numa das minhas visitas com eles fiquei sabendo que Zé Correia estava em São Paulo e gostaria de nos ver num encontro para nos rever e bater papo.
José, filho da minha tia Quitéria e do Sr. Domingos de Lima, era gerente do restaurante que visava exclusivamente engenheiros arquitetos e outros seletos; ele organizou para nos receber às 7 horas da noite, e lá fomos nós entusiasmados e ansiosos de rever o primo Zé Correia. Ele chegou e todos queriam apertar sua mão e abraçá-lo, o que fizemos e nos acomodamos na sala do bar e desenvolvemos a conversa boa e agradável; cada um de nós tinha algo a acrescentar, e a conversa se desenvolveu até às 10 da noite, quando nos despedimos com promessas de não demorar para um reencontro. Foi uma reunião muito agradável que nunca esqueci e serviu para reafirmar minha opinião positiva do caro primo Zé Correia. Isto ocorreu, creio que no meio do ano de 1960.
Nosso grupo consistia de 12 primos, e foi fantástico. Lamentável que não tiramos nenhuma foto da ocorrência, mas a memoria é gratificante.

Em outra ocasião, quando ainda estava na Marinha, fui até à Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro - poderia ser 1954 - e eu desejava ver um filme que apresentava um Imperador romano muito famoso que foi assassinado por membros do Parlamente Romano; quando cheguei, já estavam mostrando o jornal noticiário e eu fui procurando um local para me acomodar; olhando para a direita e esquerda, achei espaço e me sentei, virei o olhar e vi alguém que se parecia com meu primo, mas como estava escuro não quis incomodar, pois eu poderia estar errado. Momentos depois, já adaptado ao local cujo única luz era a iluminação da tela, nos reconhecemos, e foi um momento memorável.

Outra lembrança do Zé Correia ocorreu no centro de Afogados da Ingazeira, quando ainda não havia calçamento. Vi um agrupamento que crescia rapidamente - eu estava com 8 ou 9 anos de idade -, e me aproximando do agrupamento, percebi que eram partidários opostos de políticos e que a palavra estava com seus lideres; Zé Correia era um deles. Vi meu tio Pedro com uma tremenda pedra na mão e ele me falou “se esses cabras agredirem o Zé Correia, eu terei de entrar na briga.” Havia um bom número de outros com a mesma ideia, no entanto não chegou ao extremo; mas foi uma coisa que só me agradou. A turma começou a se dispersar, e a tensão desapareceu.
A última vez que falei com o primo Zé, eu já estava nos USA e fui visitar o Recife e o Sertão. Minha sobrinha Rosilda me levou a visitar o primo que naquele momento estava sofrendo as dores de haver perdido sua esposa recentemente. Fiz ele sentir que estávamos tentando confortá-lo, que o Senhor Deus estaria com ele naquele momento crucial na sua vida. E pela última vez nos despedimos.

Zé Correia não era perfeito, como também não o somos, no entanto era um homem lutador para apresentar melhores oportunidades para seus parentes e amigos; creio que conseguiu com o seu exemplo. Os nossos conterrâneos criaram um apelido para o caro primo, e alguns chamavam ele de Zé Rico, mas num tom brincalhão no meu perceber, e não havia nenhuma animosidade.
Recordando estes fatos que aconteceram longe no tempo que se foi, a saudade não só do tempo passado, mas também das pessoas que foram parte da minha vida de modo positivo, sofro uma emoção muito grande e a saudade é muito penosa, pois na sua maioria só resta mesmo a saudade daquelas pessoas que foram parte tão significante da nossa vida e da minha vida em particular.
Um abraço e até a próxima.

Zezé de Moura <jojephd@yahoo.com>
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 21-maio-2021 / 19:01:13
[Anterior] [Próximo]

Volta

Livro de Visitas desenvolvido pela Lemon Networks


5721