AFOGADOS DA INGAZEIRA - MEMÓRIAS Guest Book

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Há 31 anos [4 de dezembro de 1989] Afogados da Ingazeira perdia o talentoso radialista, professor, ator, multi artista Waldecy Xavier de Menezes.
Hoje estaria com 92 anos de idade.

Na Rua Maciel Pinheiro, em Nazaré da Mata, Pernambuco, nasceu Waldecy Xavier de Menezes. Era uma quarta-feira da manhã de 22 de abril de 1928. Waldecy teve uma infância de menino pobre. Estudou no Grupo Escolar Maciel Monteiro, em Nazaré da Mata. Ao voltar da escola ia com os irmãos para um pequeno sítio do seu pai, próximo à cidade, ajudar no plantio de milho, feijão e batata-doce, produtos que completavam a alimentação da família.

Conheceu o padre João José da Mota e Albuquerque por essa época, de quem recebeu o convite para fazer parte da Cruzada Eucarística, tendo Waldecy Menezes permanecido algum tempo ajudando na igreja, inclusive como sacristão. Ao fundar o colégio em Nazaré da Mata, o padre Mota levou Waldecy para estudar lá, dando-lhe ensino gratuito, além de todos os livros escolares. Tempos depois, já rapaz, Waldecy Menezes deixou a terra natal e foi para o Recife tentar a sorte. Conseguiu emprego de bilheteiro no Cinema Glória, localizado no pátio do Mercado São José, no bairro do mesmo nome. Depois foi promovido a gerente. Por lá passou quase dois anos, depois decidiu retornar à terra natal.

Em Nazaré da Mata, manteve contato com a Companhia de Teatro Oden Soares que se apresentava na cidade. Contra a vontade do pai, seguiu em caravana com esses atores mambembes. Portanto, era rapaz quando, pela primeira vez, subiu no palco para representar. Antes, no tempo que estudou no colégio das freiras, em Nazaré da Mata, havia participado de uma peça teatral, onde fez o papel de São Tarcísio.

Em Senador Pompeu, no Ceará, o dono da Companhia de Teatro teve de abandonar o grupo, por questão de saúde na família. Dois meses depois, quando a Companhia chegou a Quixadá (CE), a cidade estava em plena campanha política e não houve oportunidade para os atores encenarem as peças do repertório, de modo que, sem trabalho, eles chegaram a passar fome. Entretanto, quando a cidade tomou conhecimento do drama que atormentava os componentes da Companhia de Teatro, socorreu-os com dinheiro e gêneros alimentícios. Dali eles seguiram para outras praças, onde se apresentaram com sucesso. Ao chegar à cidade de Campina Grande, na Paraíba, a Companhia de Teatro foi desfeita e Waldecy Menezes foi para o Recife. Fez teste na Rádio Clube de Pernambuco (PRA-8) e em 7 de janeiro de 1951, às 18 horas, pela primeira vez utilizou um microfone profissional, na radionovela “Santa Cecília”, onde fez o papel de um cego, pronunciando uma única frase: “Patroa, o jantar está à mesa. ”

Em 1º de janeiro de 1954 Waldecy Menezes foi para Belém, no Pará, ajudar na instalação da Rádio Marajoara, que foi ao ar no dia 26 de janeiro daquele mesmo ano. No seu retorno ao Recife, passou a trabalhar na Rádio Clube de Pernambuco. Trabalhou, também, na Rádio Tamandaré. Mas foi na Rádio Clube que ele teve maior projeção, inclusive chegou a trabalhar com Chico Anysio, Fernando Castelão, J. Austragésilo e outros monstros da comunicação.

Em 1959, o então bispo de Afogados da Ingazeira, Dom João José da Mota e Albuquerque - o ex-professor padre Mota -, seu amigo, procurou o radialista e o convidou para administrar a Rádio Pajeú de Educação Popular que estava sendo instalada naquela cidade. Em 26 de setembro de 1959, ao final da tarde daquele sábado, Waldecy Xavier de Menezes desceu do trem, pisando, assim, pela primeira vez, o solo de Afogados da Ingazeira, cidade que o acolheu como filho e por ele foi amada de forma invulgar. Da estação, Waldecy Menezes seguiu num carro de praça (Ford 29, dirigido por Carlos Brito) em direção ao Grande Hotel, onde ficou hospedado alguns meses. Depois se mudou para o Palácio Episcopal, residindo, durante muito tempo, na companhia do bispo.

No dia 4 de outubro de 1959 foi inaugurada a Rádio Pajeú. “Luzes da Ribalta” foi a primeira música a ir ao ar. Waldecy trazia um rádio de pilha na mão, quando entrou no Cine São José à procura do bispo, que ali estava inspecionando o trabalho dos pedreiros. Tinha um sorriso nos lábios e foi logo dizendo: “Dom Mota, sua emissora está no ar.”

Em maio de 1961, Dom Mota foi assumir a diocese de Sobral, no Ceará. Waldecy Menezes teve, então, de deixar o Palácio Episcopal, indo residir na casa do Sr. Manoel de Sá Maranhão, mais conhecido como Deda Capitão, que abriu as portas de seu lar para o radialista, atendendo a um pedido de Dom Mota. Quase seis anos depois, Waldecy Menezes deixou essa família e o lar que o acolheu, para se casar, em 6 de dezembro de 1966, com a professora Ivanise Pereira de Menezes, com quem teve os filhos: Alexandre Magno, Aline Márcia, Adriana Flávia e Ana Patrícia.

Antes de deixar a diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Mota pediu a Waldecy Menezes que permanecesse na Rádio Pajeú enquanto fosse possível. E o radialista só a deixou ao morrer. Ao ser indagado, numa entrevista, se teria condições de atender o pedido do bispo, Waldecy Menezes respondeu: “Mesmo que eu não tenha mais condições de trabalhar, mesmo aposentado, todos os dias terei de ir à Rádio Pajeú, ao menos para vê-la, a não ser que esteja hospitalizado. Estou, e estarei na Rádio Pajeú até o fim dos meus dias.”

Professor brilhante, proficiente, de oratória invulgar e bela, Waldecy Xavier de Menezes foi o que de melhor pode prover o ensino médio, no Vale do Pajeú, no tocante ao mister de lente, na cadeira de História. Ao tempo em que exercia o magistério, Waldecy Menezes fez Licenciatura na Faculdade de Formação de Professores, na cidade de Arcoverde (PE). Homem católico e muito inteligente.

Apresentou inúmeros programas de auditório no palco do Cine São José. No período de inverno, o programa acontecia à noite, na sexta-feira, e chamava-se “Festa na Roça”, sendo auxiliado, durante algum tempo, pela professora Maria do Carmo (Carminha da Estação), que, ao lado dele, formava o casal de matuto. Nas demais épocas, o programa era na manhã do domingo, e tinha, agora, o nome de “Domingo Alegre”. Os jovens cantores locais (Antônio Xavier, Assis de Floriano, Eduardo Rodrigues, Lindaura Siqueira, José Martins, Maria da Paz, Júlio Góes, Oscarzinho, Geraldo Valdevino, Milton Freitas, Luciana Arcoverde (Lulita) e tantos outros) tinham, no programa, espaço para exibirem o talento artístico (Maria da Paz, em memória). Waldecy Menezes também trouxe para seus programas, artistas renomados, como Genival Lacerda, Hélio Lacerda (Lacerdinha), Luiz Gonzaga, Coronel Ludugero, Waldik Soriano, Alcides Gerardi, José Augusto, Adilson Ramos e outros mais. Infelizmente, por falta de patrocínio, tanto o “Festa na Roça” como o “Domingo Alegre” tiveram de ser interrompidos.

Como bom ator que era (já havia trabalhado no filme “Canto do Mar”, de Roberto Cavalcante, onde teve como companheira a atriz Aurora Duarte), Waldecy Menezes fez muito sucesso por onde passou, especialmente ao declamar poesias belíssimas, sendo a mais requisitada, justamente pelo seu impacto emocional, o monólogo “Perfil de Hospício”, de Alberico Bruno: “Num recanto de hospício, / Eu contemplava ali um mundo de sofrimento. / Em cada cela havia um mundo diferente. / A um canto / Uns falavam, outros sorriam...”

Nos últimos anos de vida, Waldecy ficou praticamente cego. Não conseguiu juntar dinheiro suficiente para impedir o avanço da catarata. Logo, porém, recebeu ajuda, e pôde finalmente trocar o cristalino ocular, recuperando a visão. Enquanto esteve com essa deficiência, contou os passos que dava de casa à Rádio, mas não quebrou a promessa feita ao seu velho amigo Dom Mota.

Waldecy Menezes faleceu no dia 4 de dezembro de 1989 [há 31 anos], aos 61 anos de idade, no Hospital Miguel Calmon, em Casa Amarela, na cidade do Recife, sendo sepultado em Afogados da Ingazeira. Seu féretro foi acompanhado por milhares de amigos e fervorosos admiradores. (por Milton Oliveira com enxertos nossos)

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Pioneiro na comunicação radiofônica no sertão pernambucano, através da Rádio Pajeú de Afogados da Ingazeira, e muito querido na região do Pajeú, não poderíamos deixar de registrar suas memórias. Já bastante debilitado, por meses tentamos essa entrevista, até que em março de 1989, nove meses antes do seu falecimento, ele concordou em conversar conosco. Para tanto, convidei Milton Oliveira e Anchieta Santos para nos auxiliar nesse empreitada. O amigo Luiz Guaxinim estava presente com o seu saxofone.



Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 9-dezembro-2020 / 10:30:08
Caro amigo Fernando,

Esta é a maneira mais apropriada para me despertar do torpor do enfado, quando se está sonolento, sem vontade de fazer nada, quando de repente aí vem a maior demonstração do ‘Tico Tico no Fuba’ de Zequinha de Abreu. Fico imensamente grato, pois voltei ao viver com o primeiro som daquela fantástica apresentação musical que chamamos de ‘chorinho musical’.
Sem dúvida nenhuma, fui transportado mentalmente até Afogados da Ingazeira dos anos 1947/1948 e revivi aqueles momentos inesquecíveis ouvindo o ‘Serviço de Autofalantes Pajeú’, transmitindo os mais recentes recordes da música popular brasileira, e o Tico Tico no Fubá era um deles.
Para mim, a música é um meio de reviver ouvindo muitos sucessos musicais que fizeram parte da minha vida. Eu estava a descobrir o mundo desconhecido. Devo dizer que foi a minha introdução ao mundo moderno. Foi naquela época, também, que o trem chegou até Afogados da Ingazeira, e os jornais do Recife chegavam até nós ao anoitecer, pelos trens. Parece até ser contos da carochinha mas era a realidade daquela época.
Uma das coisas que relembro com ternura era ouvir o apito do trem chegando à nossa cidade; era algo marcante, anunciando: 'aqui estou, cheguei!'
Tico-Tico no Fubá continuou sendo um amigo por longa parte da minha vida e continua até agora como parte das memórias que às vezes se manifestam através deste Mural que o amigo Fernando Pires nos apresenta de modo contínuo.
Muito grato, Fernando, e até a próxima, se Deus quiser.

Zezé Moura <jojephd@yahoo.com>
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 8-dezembro-2020 / 8:17:49
Alfredo de Arruda Câmara, filho de Júlio de Senna Bezerra Câmara e de Emília Capitulina de Magalhães Câmara, de tradicional família pernambucana, nasceu às 22 horas de 6 de dezembro de 1905, há 115 anos, na povoação de Varas, então município de Afogados da Ingazeira.

Realizou seus estudos primários na cidade natal, e o curso secundário no Colégio Diocesano de Triunfo. Em 1920, com 14 anos de idade, ingressou no Seminário de Olinda onde cursou Filosofia e o primeiro ano de Teologia. Distinguindo-se por seu comportamento e inteligência, foi escolhido, em 1925, para estudar no colégio Pio Latino-Americano e na Universidade Gregoriana de Roma, onde obteve doutorado em Teologia Dogmática no ano de 1928. Durante sua estada em Roma, tirou ainda a láurea em Filosofia na Academia de Santo Tomás e traduziu do francês o livro “O Guia do Seminarista”.
Ordenou-se aos 22 anos de idade, em 7 de abril de 1928, regressando ao Brasil em julho, exercendo interinamente o lugar de pároco no bairro de Piedade (Recife) e em Afogados da Ingazeira.

Nomeado pároco de Pesqueira e Cura de Catedral em dezembro de 1928, exerceu o cargo (acumulado) de reitor do Seminário Menor, e professor de Latim, na sede de bispado em Pesqueira. O seu paroquiato ali durou seis anos (1928-1934) exercendo as funções de pároco da catedral, professor no seminário menor, e diretor do colégio diocesano.
Em 1934, Dom Adalberto Sobral - ao que parece, coagido pelas classes dominante da cidade industrial que não simpatizavam com as posições de padre Alfredo de Arruda Câmara - retirou-lhe a paróquia, obrigando-o a transferir-se para o Recife onde Dom Miguel de Lima Valverde o recebeu e permitiu que continuasse sua atividade política à qual se dedicou, “com seu temperamento escaldado, desconhecendo os meios-termos, sempre arrastado aos extremos, embora padre cem por cento, de costumes ilibados, cheio de ‘espírito de fé’ e de formação granítica escreve Costa Porto”.

Nunca deixou, entretanto, de voltar a Pesqueira, pois tinha aí a sua principal base eleitoral. Tinha um porte hierático, passos largos, voz grave, rosto severo. Antes do exílio na capital, iniciara suas atividades de capelão militar no Tiro de Guerra em Pesqueira. Como tal, acompanhou tropas, por três vezes, em expedições revolucionárias. A primeira foi a serviço da ‘Aliança Liberal’, na revolução de outubro de 1930. Designado pelo general Juarez Távora, acompanhou a coluna de Juracy Magalhães, quando foi preso e capturado.
Entusiasmou-se pelos seus ideais da Revolução de 1930 e conseguiu licença de seus superiores para servir de capelão nas tropas libertadoras, sendo injustamente preso na Bahia. Em outubro de 1931, ainda no destemido exercício de seu sacerdócio, seguiu o Tiro de Guerra de Pesqueira para o cerco do Recife quando foi baleado e deixado semimorto pelos comunistas, por ocasião do motim de Pedro Calado. Salvou-se graças a transfusão de sangue, doado por Caio, irmão do interventor Carlos de Lima Cavalcanti.

Discordâncias partidárias o levaram a afastar-se de Lima Cavalcanti e aproximar-se de Agamenon Magalhães.
Em 1932, na ‘Revolução Constitucionalista’ contra Getúlio Vargas, ei-lo em São Paulo com o Batalhão Militar de Pernambuco. Suas incríveis aventuras como capelão dessas batalhas e sua heroica assistência aos feridos e prisioneiros encontram-se descritas em "Traços de Minha Vida" e "História de minha prisão". Sua vocação política teria despertado nessas experiências? Em 1933, foi eleito deputado federal à Constituinte pelo PSD (com licença eclesiástica), defendendo com êxito os postulados da ‘Liga Eleitoral Católica’: o nome de Deus na Carta Magna, o ensino religioso na escola pública, a assistência religiosa às Forças Armadas, o reconhecimento civil do casamento religioso etc.

Em 1937, com o Estado Novo, sua carreira política sofreu forte abalo. Homem de atividade incansável, apesar de menosprezado pelo governo de Agamenon Magalhães, é nomeado diretor da Caixa Econômica Federal de Pernambuco de 1938 a 1948. Foi membro do diretório de PSD, fundador e presidente do ‘Partido Democrata Cristão’, examinador de concursos, professor e membro das mais importantes Comissões da Câmara Federal.
Alcançou os postos de major do Exército e tenente-coronel da Polícia Militar. Deputado desde 1933, participou de três constituintes (1934, 1935 e 1967) e de seis legislativas, sempre reeleito pelo povo fiel à bandeira de coragem, civismo e religiosidade.
Ficou conhecido como "o padre-jagunço do Pajeú", por andar sempre armado. Provocado certa feita, em 1937, por um grupo de estudantes, chegou a sacar de seu revólver, ameaçando os manifestantes.
Defensor intransigente da família, terçou armas contra o divórcio e tornou-se um dos mais atuantes deputados federais, além de jornalista incisivo. Em reconhecimento do seu trabalho, a Santa Sé o distinguiu com a dignidade de Monsenhor, em 1948, e de Protonotário Apostólico em 1954.
Orador fluente e culto, destacou-se, não só nos debates do Parlamento, mas também no púlpito e em grandes solenidades. Por seus serviços prestados à Polícia e ao Exército, recebeu a patente de tenente-coronel honorário da polícia de Pernambuco e de major honorário do Exército. Seu destemor criou em torno de sua pessoa uma auréola de valentia agressiva.

Por sua atuação esclarecida e desassombrada, conseguiu o monsenhor Arruda Câmara a reputação de um dos mais notáveis deputados pernambucanos de todos os tempos, tornando-se um líder decisivo na política nacional. Promoveu grandes debates em defesa da família. De um lado estava ele combatendo o divórcio; do outro, o deputado Nelson Carneiro tentando a todo custo, legalizá-lo. De 1945 a 1954 presidiu o PDC local. O Partido Democrata Cristão era um movimento inspirado no pensamento católico europeu de De Gasperi e Maritain e, aqui, em Alceu de Amoroso Lima. Seu objetivo, em síntese, era o da 3ª via política, preconizada por Pio XI, que se afastasse tanto do comunismo como do capitalismo promovendo a reforma social na justiça e na liberdade.
Ensinou Latim e História da Filosofia, no Seminário de Olinda. Em seu livro "Preservação da Família e das Tradições" resume seu ideal de vida: "nem esquerda, nem direita; no centro; para frente e para o alto, eis o nosso lema". Arruda Câmara representa uma época e uma mentalidade em termos de política e de Igreja, porém, não deixa de ser admirável a coerência e a fidelidade com que viveu os dois papéis de padre e de político na defesa dos valores que julgou essenciais.

O monsenhor nada perdera de seu entusiasmo e idealismo, quando foi surpreendido pela morte em 21 de fevereiro de 1970, aos 64 anos, falecendo no Hospital dos Servidores, no Rio de Janeiro.

Vale ressaltar que a sua luta foi de influência tal que, somente sete anos após a sua morte, em dezembro de 1977, quando já não se podia mais ouvir a voz do grande afogadense, é que a 'Lei do Divórcio' foi sancionada em nosso país.
Seu corpo foi transladado para o Recife e sepultado no cemitério de Santo Amaro, com honras religiosas e militares.

Entre os inúmeros trabalhos publicados destacam-se as obras: Casamento Indissolúvel; Contra o Comunismo; A Família e as Imagens; Em Defesa da Família; A Família e o Divórcio; A Batalha do Divórcio; O Espírito Santo. Gigante na coragem, na tenacidade, no intelecto e no amor por sua terra, tudo fez para dar-lhe o destaque que ela bem merecia. Entre os inúmeros benefícios prestados, destacam-se: A passagem da Rede Ferroviária Federal por sua terra natal; as construções dos prédios dos Correios e Telégrafos, da Escola Normal Rural, da Maternidade Unidade Mista Emília Câmara, e a criação da Diocese de Afogados da Ingazeira. É grande a gratidão ao seu ilustre filho a quem Afogados de Ingazeira e sua gente rendem as mais reconhecidas homenagens, onde hoje é lembrado através do bronze na praça pública que, reconstruída, recebeu seu nome. [Enciclopédia Nordeste, com enxertos nossos]

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 7-dezembro-2020 / 21:10:39

Adalva de Siqueira e Silva Amaral
17.12.1955 - 28.11.2020

Fomos informados por duas conterrâneas, inclusive por Balbina Alves, sua vizinha, que a professora Adalva de Siqueira (63 anos) faleceu na manhã deste sábado (28.11), aqui no Recife.

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A missa de 7º dia será realizada na "Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios" às 8h30 da manhã do sábado 5 de dezembro.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 28-novembro-2020 / 9:00:08

Berta Celia Lemos Liberal
02.02.1947 - 15.11.1955

Há 65 anos uma tragédia se abatia sobre a família do casal João Ioiô/Cândida.

Filha do casal João Ferreira Liberal (João Ioiô) e Cândida Xavier de Lemos, nascia Berta Celia Lemos Liberal, no dia 2 de fevereiro de 1947, na pequena Afogados da Ingazeira. Ela, como toda a família, era católica. O seu grande sonho - fazer a Primeira Comunhão -, foi realizado pelo Pe. Antonio de Pádua Santos.
Os seus padrinhos de batismo foram o casal Maria das Dores e Helvécio César de Macedo Lima.
Seus estudos foram iniciados, como o da maioria dos afogadenses da época, nas Escolas Municipais Reunidas (Escolas Reunidas Dona Anna Melo), e depois no Grupo Escolar Pe. Carlos Cottart.
Berta Celia era tão ligada à mãe que, se esta se ausentasse da residência, sem lhe avisar, ela 'batia' toda a rua, de casa em casa, à sua procura. Já o seu pai João 'Ioiô' via na filha a imagem da mãe dele que não chegou a conhecer, pois ela havia falecido quando do seu nascimento. Apenas sabia que ela era loira e de olhos azuis, como a sua Berta Celia.

No nefasto novembro de 1955, Berta Celia, com tão-somente oito anos de idade, foi protagonista de uma fatalidade, sendo vitimada por acidente com um candeeiro.
Seu pai, João Ioiô, era casado em segundas núpcias com a mãe de Berta Celia. Tinha filhos dos dois casamentos. No 1º de novembro de 1955, a esposa do seu irmão, Pedro, pediu aos pais de Berta para que ela lhe fizesse companhia à noite, tendo em vista que ele havia viajado e ela ficaria sozinha.
Naquele fatídico dia, já sem energia elétrica, que só ficava ligada até às 22h, a cunhada acendeu um candeeiro perto da cadeira de balanço onde se encontrava a garotinha Berta. Ela estava vestida com uma roupa 'armada' com goma, e adormeceu. Sem explicação plausível, o candeeiro caiu em cima dela e, já em chamas, ela correu até sua cunhada que se encontrava na cozinha, lavando a louça e organizando o ambiente. Mas o socorro não foi suficiente para livrá-la das sérias queimaduras de 3º grau.

Mesmo estando com o corpo todo queimado, Berta suportava as terríveis dores que a afligiam, sem reclamar ou chorar. Deitada na cama, na rede ou no chão, as irmãs e familiares formaram um círculo ao seu redor como que para lhes dar forças para superar o terrível momento. Ela ficava apertando o braço das irmãs e dando pequenos beliscões - achavam que eram por conta das dores sentidas.

O que agravou seu estado de saúde foram as queimaduras sofridas no umbigo, causando o tétano. Resistiu a esse sofrimento durante treze dias, acompanhada por atendimento médico, quando, no dia do seu falecimento, teve a visão de uma Mulher de Azul que lhe sorria. Por conta da dor física, sem reclamar ou chorar, e dessa visão, algumas pessoas diziam que ela era uma santa e começaram a pedir graças, e à medida que eram atendidas, a notícia começou a se espalhar.

Seus pais, familiares e toda Afogados da Ingazeira ficaram abalados com o trágico acidente. Berta Celia foi sepultada no dia 15 de novembro de 1955, no cemitério São Judas Tadeu, em Afogados da Ingazeira.
Desde então o seu túmulo é muito visitado, principalmente nos dias de Finados, onde as pessoas depositam ex-votos (fotografias, pequenas estátuas ou órgãos moldados em madeira ou cera em túmulos, igrejas ou capelas, como agradecimento por graças alcançadas).

[Na bucólica Afogados da Ingazeira, na década de 50 e início dos anos 60, a iluminação era fornecida por um pequeno motor ligado apenas das 18h às 22h. Em virtude disso, as famílias usavam velas, lampiões e candeeiros para iluminar as residências além desse horário.]

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 28-novembro-2020 / 7:19:38

Retornando...

Olá Fernando, demorei mais do que era o meu desejo, mas estou de volta depois de ver muitas coisas que publicaste no “YouTube”. Foi realmente como uma festa com diversos motivos bastante agradáveis que trouxeram muitas lembranças dos tempos idos da nossa terrinha sertaneja.
Tive oportunidade de ver coisas que não havia visto antes, bem como pessoas das novas gerações É bom saber como as coisas continuam com essa juventude que está descobrindo a vida e os seus enfeites. Tenho tido bons momentos vendo as fotos dos carnavais, principalmente quando mostram a casa onde nasci e vivi até os meus 18 anos. Foi uma visita memorável, especialmente quando estás no meio daquela multidão de conterrâneos. Fiquei com inveja...

Por aqui as coisas estão "desagradáveis", pois estamos na expectativa do que será o amanhã. Coisas que tínhamos como normais agora são duvidosas tais como os resultados eleitorais. Tenho, no entanto, mantido minha fé no Senhor Deus que tudo será de acordo com a Sua vontade, pois nada acontece neste mundo sem o Seu consentimento.
Confio que a espera será compensada, e teremos as bênçãos celestiais para nos ajudar,
Estive durante todo este tempo vendo como as coisas se desenvolvem, nos proporcionando resultados que surpreendem de maneira positiva.
Louvado seja o Senhor nosso Deus por sua misericórdia, e as bênçãos que derramam sobre nós, mesmo quando não merecemos.
Que o Senhor vos abençoe e guarde. Até a próxima!

Zezé Moura <jojephd@yahoo.com>
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 23-novembro-2020 / 11:18:55

Antonio Ângelo da Silva Júnior
08.03.1984 - 19.11.2007

Júnior, filho de Antônio Ângelo da Silva e Lígia Barreto de Carvalho nasceu em 8 de Março de 1984 no hospital Santa Joana, Recife, PE. Primogênito do casal, foi uma criança muito desejada e amada.

(...) Os irmãos Junior e Alysson adoravam fazer trilha, no entanto a mãe sempre foi contra a prática desse esporte pelos filhos, essa aventura perigosa. No entanto o pai os apoiava, já que ele gostava desse esporte, só que ao invés de motos, a sua preferência era por trilhas de Jipe.
Alguns meses antes - em julho de 2007 -, o mais novo, Alysson, sofreu um acidente a caminho do município de Ingazeira. Ele teve um leve traumatismo craniano. Chegou a desmaiar no momento do acidente, mas quem o salvou foi Junior fazendo respiração boca a boca e em seguida trazendo-o o mais rápido que pôde para ser socorrido.

Desde aquele dia Lígia disse para os dois que nunca mais eles iriam andar de moto: "Eu sei que aquilo foi um aviso para mim. Só que ninguém me levou a sério". Eles passaram um bom tempo sem participar de trilhas. Quando se aproximava o feriado de 15 de novembro, Junior havia chegado um dia antes, à noite, em Afogados, com seis colegas do Recife. Fez aquela festa com os pais. Ele gostava de dar um abraço bem apertado que às vezes Lígia dizia que ele iria lhe quebrar.
Novamente ele fez um pedido à mãe: “Mainha, me deixe fazer trilha amanhã, pois como está perto do dia da operação eu queria fazer uma despedida da moto, já que vou passar seis meses sem poder levar sol”. E mais uma vez recebeu a autorização. No dia 15 de novembro de 2007, partiu logo cedo, todo equipado. Beijou a sua mãe e lhe disse: “Não se preocupe, mãe, pois venho e almoço com vocês”. Ela ainda brincou e disse: “Como é que se traz convidados, deixa-os em casa e vai sair sem eles?” Ele respondeu: “Eles vão tomar banho de piscina e curtir as namoradas. Deixe-me fazer o que mais gosto, depois de vocês é claro.”
Dizem os colegas que por volta do meio-dia, Junior foi pegar alguma peça da moto de um colega que caiu e não recolocou o capacete. Quando encontrou o colega que voltava à procura da peça, ele disse: “Eu a encontrei. Vamos parar ali na frente que eu lhe devolvo; só que continuou sem o capacete”. Em uma curva entre os municípios de Tavares e Juru, na Paraíba, ele sobrou e bateu com a cabeça em um tronco de árvore que estava cortada, porém não estava rente com o chão. Ali mesmo, desmaiou.
Chegou uma ambulância de Tavares e o socorreu. Levaram-no para Princesa Isabel, porém não tinha oxigênio suficiente. Pediram que a ambulância o levasse até o município de Flores/PE. Chegando lá, quem estava de plantão era uma médica da família, Dra. Mauriciana. Ela ligou dizendo que o quadro era muito sério e que deveria ser providenciado com urgência o transporte de Junior para o Recife.
Conta Lígia: “Entramos em desespero e corremos para a Casa de Saúde Dr. José Evóide de Moura e lá tivemos todo o apoio do Dr. Junior Moura, Dra. Lúcia Moura e do Dr. Saulo Silveira. Saulo e Lúcia acompanharam Júnior na ambulância até o Hospital Santa Joana, no Recife, e permaneceram juntos até o dia seguinte."
"Chegando ao Recife, às 21 horas, o Dr. Nivaldo e Dra. Débora já o esperavam para iniciar os procedimentos cirúrgicos. Eles examinaram Junior e disseram: ‘Esta operação pode durar horas ou alguns minutos; se vocês concordam, daremos início imediatamente; só não podemos garantir nada’, no que nós respondemos: ‘Façam tudo o que for possível e impossível’”.
“Só que a cirurgia durou pouco tempo e os médicos tentaram nos fazer entender que não tinha mais jeito, mas eu tinha sempre uma esperança, pois muitas pessoas entram em coma e depois de alguns anos voltam a ficar boas. Passaram-se cinco dias e nós ficamos recebendo muitas visitas, apoio de muitos amigos e conhecidos que não foram poucas. Recebemos muitas orações, fizemos muitas correntes, nos deram intenso apoio com muita fé.”

“No dia 19 de novembro às 23h40, eu atendi ao telefonema no quarto, quando o médico dizia: ‘Olhe, acabou’. E eu insistia perguntando, acabou o quê? E o médico me respondeu: ‘Seu filho não vive mais’. Foi o pior momento de toda a minha vida. Pareceu que tinham tirado alguma parte de meu corpo. Foi uma dor terrível. Ninguém pode imaginar o quanto.”
"Que ironia do destino, no mesmo hospital Santa Joana que ele veio ao mundo, naquele mesmo hospital ele se despediu desta vida. Nessa hora, chegavam ao nosso quarto o dr. Alberto Nogueira e Lúcia e dr. Cláudio Nogueira que era padrinho de crisma dele e se gostavam muito. Providenciaram tudo para o sepultamento, pois eu e o pai não tínhamos mais condições para nada. Estávamos dormentes.
Não conseguíamos acreditar que tudo aquilo estava acontecendo em nossa família. No dia 20 de novembro, chegamos a Afogados da Ingazeira para o sepultamento que ocorreu às 17 horas no Cemitério São Judas Tadeu. Dizem que tinha uma multidão acompanhando. Nós não conseguíamos ver ninguém. Uma coisa nos confortou muito onde todos diziam que Junior era um menino bom. Que ele seria um grande homem. Veio gente de várias regiões de Pernambuco, Paraíba e até de Salvador/BA.”

“Como nosso filho era querido. Como é bom saber que de alguma forma o educamos e o criamos como uma pessoa tão bondosa e querida por todos, seja aquele mais humilde ou o mais afortunado. Hoje convivemos com uma saudade eterna e procuramos não ficar tristes, pois onde ele estiver eu sei que o mesmo só queria para mim e o pai, muita alegria. E nós tentamos, porém é difícil um dia você estar bem e em outro você desmorona. E assim os dias vão passando.”

“Por fim, concluo com esta mensagem entregue a mim no hospital nos últimos dias do coma de Junior por uma moça cujo nome era “Isabel Ribeiro”. Pena que depois desse encontro eu nunca mais a vi. Gostaria de reencontrá-la, mesmo através de um telefonema. Ela me impressionou tanto que aqui quero deixar registrado na biografia. “

“De que são feitas as pessoas?

Muita gente pensa que são feitas de pele, órgãos e ossos. Outros pensam que são o que são pelos bens que têm. Alguns pensam que são feitos de aço, e outros parecem feitos de um material muito frágil.
Quando a gente pensa na falta que uma presença faz, até quase acreditamos que somos feitos do que é palpável, seja corpo, seja dinheiro, seja tudo o que se pode tocar. Mas, se a gente pensa melhor, chega à conclusão que tudo o que tocamos tem fim.
Então, do que somos feitos? Somos feitos de nossas atitudes, do modo como agimos e sentimos na vida. É isso que deixamos registrados na cabeça e no coração das pessoas.
Como eu descobri isso? Hoje, estive na sala de espera de uma UTI e presenciei uma cena muito bonita. Que talvez aconteça em algumas salas de UTI, mas foi ali que eu descobri do que somos feitos. Na sala, muitas pessoas esperam para visitar um jovem que havia sofrido um acidente e seu quadro era muito grave. Várias pessoas, conhecidas suas, vieram até o hospital. Muitos vieram de longe para vê-lo. Os amigos, também muitos jovens deixaram de lado o final de semana para vê-lo. Os parentes, os conhecidos, todos estavam ali para visitá-lo. Até os pais tiveram que ceder seu pouco tempo de visita ao filho para os outros.
O que move tanta gente? O que desperta o sentimento de solidariedade na dor e até na prece, até em quem não o conhece? De onde surge a força dos pais para ceder seu pouco tempo com o filho para os outros? Foi o corpo do jovem? Foi o dinheiro do jovem? Foram as palavras dele?
Não. Foi o que ele representou na vida de cada uma daquelas pessoas que estavam ali para levar um carinho no pé, um aviso de espera, uma oração, um olhar, uma mensagem de força. Foram as atitudes que esse jovem diante da vida e daquelas pessoas que levaram todos até ele. E as atitudes, ao contrário de tudo que é palpável, não se acabam nunca.
É delas que são feitas as pessoas de verdade. E quem reconhece isso em si e nos outros não acredita no fim." (Isabel Ribeiro)

[Neste 19 de Novembro, às 23h40, completou-se 13 anos da sua partida.]

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 22-novembro-2020 / 15:59:28
2012, 19 a 21 de fevereiro - Carnaval

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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 21-novembro-2020 / 14:45:17

Glauco Vinícius Pires Pereira

Há 35 anos - 10 de novembro de 1985 - aos 14 anos e 10 meses, perdíamos Glauquinho, filho de Paula e Célio, vítima de atropelamento por um taxista, em Olinda, quando se dirigia à praia para curtir o domingo entre amigos.
Hoje estive conversando com tia Paula, sua mãe, e ela me disse: "É uma saudade que dilacera o coração!"
A saudade é imensa!
Que o Pai eterno o tenha em Sua glória.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 10-novembro-2020 / 9:14:29

Aurélio Pires Ferreira, meu querido e inesquecível avô,
estaria completando, neste 1º de novembro, 117 anos.


No povoado Espírito Santo (Tabira), nasceu, no 1º dia de novembro de 1903, Aurélio Pires Ferreira. Era mais um filho do casal Raimundo Ferreira Lima e Josepha Leopoldina Pires de Lima.
Aurélio, como os demais garotos de sua época, teve uma infância marcada por grandes sacrifícios. Oriundo de uma família pobre do sertão de Pernambuco, muito cedo teve de ajudar os pais nos trabalhos domésticos e no trato da terra. Passou a infância entre os povoados Espírito Santo e Ibitiranga – Carnaíba (PE).
Trabalhou, estudou (o primário, apenas) e viveu com dignidade. Mais tarde ele conheceu aquela que veio ser sua legítima esposa. Em 25 de janeiro de 1925, Aurélio se casou com Ozana Clara de Jesus. O casal teve os filhos: Erotides, Agenor, Elizeu, Ivonete, Paula Frassinette, Daria Lúcia, e adotou Antônio e Maria Aparecida.
Nos primeiros anos de casado, Aurélio morou no povoado de Ibitiranga. Depois se mudou com a família para Tabira. Nesse período, foi nomeado Comissário de Polícia, indo destacar em Solidão (PE). Somente no ano de 1944 foi que ele fixou residência em Afogados da Ingazeira.
Nessa cidade Aurélio abriu próspero armazém com vendas a grosso, o que o obrigou a empreender inúmeras viagens ao Maranhão, em busca de arroz, e à Bahia, com o objetivo de comprar milho e feijão. Era proprietário de caminhão (não sabia dirigir) e o fato de ter transporte próprio, facilitava o desenvolvimento do seu comércio. Homem dinâmico e trabalhador, em pouco tempo Aurélio era considerado um comerciante afortunado. O tempo, porém, opera mudanças drásticas na vida das pessoas. Alguns janeiros depois, já no ano de 1964, Aurélio percebeu que seu comércio estava em declínio. Fechou, então, o armazém e abriu um bar e sorveteria. Era, pois, este bar e sorveteria o ponto mais frequentado na cidade, notadamente pela juventude e por algumas autoridades (médicos, prefeito, comerciantes, professores, etc.)
No salão desse novo empreendimento existiam mesas de sinuca e bilhar para os apreciadores do jogo saudável, para os momentos de lazer. Lá, também, se realizaram bailes de carnavais e festas de final de ano que se tornaram tradicionais.
Começando a sentir o peso da idade, Aurélio decidiu que estava chegando a hora de novamente mudar de profissão. Bom marido e ótimo pai que era, preferiu ouvir o que a família tinha a dizer a este respeito, antes de tomar qualquer decisão. Todos concordaram que ele deveria procurar outro meio de vida que exigisse menos esforço e não lhe desse tanta preocupação, quanto o bar e sorveteria dava. Aurélio passou o ponto adiante e, passou a residir na propriedade Serrinha, nas proximidades de Ibitiranga, onde se instalou com a esposa, posto todos os seus filhos já estarem casados. Ali desenvolveu tranquilo e feliz a lide de agricultor, até o final de sua existência.

Era o dia 13 de maio de 1972, quando esse homem bom e modesto emitiu seu último suspiro, aos 68 anos de idade, em meio a uma forte crise de angina. Está sepultado no cemitério São Judas Tadeu em Afogados da Ingazeira.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 1-novembro-2020 / 8:07:35
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