Há 31 anos [4 de dezembro de 1989] Afogados da Ingazeira perdia o talentoso radialista, professor, ator, multi artista Waldecy Xavier de Menezes. Hoje estaria com 92 anos de idade.
Na Rua Maciel Pinheiro, em Nazaré da Mata, Pernambuco, nasceu Waldecy Xavier de Menezes. Era uma quarta-feira da manhã de 22 de abril de 1928. Waldecy teve uma infância de menino pobre. Estudou no Grupo Escolar Maciel Monteiro, em Nazaré da Mata. Ao voltar da escola ia com os irmãos para um pequeno sítio do seu pai, próximo à cidade, ajudar no plantio de milho, feijão e batata-doce, produtos que completavam a alimentação da família.
Conheceu o padre João José da Mota e Albuquerque por essa época, de quem recebeu o convite para fazer parte da Cruzada Eucarística, tendo Waldecy Menezes permanecido algum tempo ajudando na igreja, inclusive como sacristão. Ao fundar o colégio em Nazaré da Mata, o padre Mota levou Waldecy para estudar lá, dando-lhe ensino gratuito, além de todos os livros escolares. Tempos depois, já rapaz, Waldecy Menezes deixou a terra natal e foi para o Recife tentar a sorte. Conseguiu emprego de bilheteiro no Cinema Glória, localizado no pátio do Mercado São José, no bairro do mesmo nome. Depois foi promovido a gerente. Por lá passou quase dois anos, depois decidiu retornar à terra natal.
Em Nazaré da Mata, manteve contato com a Companhia de Teatro Oden Soares que se apresentava na cidade. Contra a vontade do pai, seguiu em caravana com esses atores mambembes. Portanto, era rapaz quando, pela primeira vez, subiu no palco para representar. Antes, no tempo que estudou no colégio das freiras, em Nazaré da Mata, havia participado de uma peça teatral, onde fez o papel de São Tarcísio.
Em Senador Pompeu, no Ceará, o dono da Companhia de Teatro teve de abandonar o grupo, por questão de saúde na família. Dois meses depois, quando a Companhia chegou a Quixadá (CE), a cidade estava em plena campanha política e não houve oportunidade para os atores encenarem as peças do repertório, de modo que, sem trabalho, eles chegaram a passar fome. Entretanto, quando a cidade tomou conhecimento do drama que atormentava os componentes da Companhia de Teatro, socorreu-os com dinheiro e gêneros alimentícios. Dali eles seguiram para outras praças, onde se apresentaram com sucesso. Ao chegar à cidade de Campina Grande, na Paraíba, a Companhia de Teatro foi desfeita e Waldecy Menezes foi para o Recife. Fez teste na Rádio Clube de Pernambuco (PRA-8) e em 7 de janeiro de 1951, às 18 horas, pela primeira vez utilizou um microfone profissional, na radionovela “Santa Cecília”, onde fez o papel de um cego, pronunciando uma única frase: “Patroa, o jantar está à mesa. ”
Em 1º de janeiro de 1954 Waldecy Menezes foi para Belém, no Pará, ajudar na instalação da Rádio Marajoara, que foi ao ar no dia 26 de janeiro daquele mesmo ano. No seu retorno ao Recife, passou a trabalhar na Rádio Clube de Pernambuco. Trabalhou, também, na Rádio Tamandaré. Mas foi na Rádio Clube que ele teve maior projeção, inclusive chegou a trabalhar com Chico Anysio, Fernando Castelão, J. Austragésilo e outros monstros da comunicação.
Em 1959, o então bispo de Afogados da Ingazeira, Dom João José da Mota e Albuquerque - o ex-professor padre Mota -, seu amigo, procurou o radialista e o convidou para administrar a Rádio Pajeú de Educação Popular que estava sendo instalada naquela cidade. Em 26 de setembro de 1959, ao final da tarde daquele sábado, Waldecy Xavier de Menezes desceu do trem, pisando, assim, pela primeira vez, o solo de Afogados da Ingazeira, cidade que o acolheu como filho e por ele foi amada de forma invulgar. Da estação, Waldecy Menezes seguiu num carro de praça (Ford 29, dirigido por Carlos Brito) em direção ao Grande Hotel, onde ficou hospedado alguns meses. Depois se mudou para o Palácio Episcopal, residindo, durante muito tempo, na companhia do bispo.
No dia 4 de outubro de 1959 foi inaugurada a Rádio Pajeú. “Luzes da Ribalta” foi a primeira música a ir ao ar. Waldecy trazia um rádio de pilha na mão, quando entrou no Cine São José à procura do bispo, que ali estava inspecionando o trabalho dos pedreiros. Tinha um sorriso nos lábios e foi logo dizendo: “Dom Mota, sua emissora está no ar.”
Em maio de 1961, Dom Mota foi assumir a diocese de Sobral, no Ceará. Waldecy Menezes teve, então, de deixar o Palácio Episcopal, indo residir na casa do Sr. Manoel de Sá Maranhão, mais conhecido como Deda Capitão, que abriu as portas de seu lar para o radialista, atendendo a um pedido de Dom Mota. Quase seis anos depois, Waldecy Menezes deixou essa família e o lar que o acolheu, para se casar, em 6 de dezembro de 1966, com a professora Ivanise Pereira de Menezes, com quem teve os filhos: Alexandre Magno, Aline Márcia, Adriana Flávia e Ana Patrícia.
Antes de deixar a diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Mota pediu a Waldecy Menezes que permanecesse na Rádio Pajeú enquanto fosse possível. E o radialista só a deixou ao morrer. Ao ser indagado, numa entrevista, se teria condições de atender o pedido do bispo, Waldecy Menezes respondeu: “Mesmo que eu não tenha mais condições de trabalhar, mesmo aposentado, todos os dias terei de ir à Rádio Pajeú, ao menos para vê-la, a não ser que esteja hospitalizado. Estou, e estarei na Rádio Pajeú até o fim dos meus dias.”
Professor brilhante, proficiente, de oratória invulgar e bela, Waldecy Xavier de Menezes foi o que de melhor pode prover o ensino médio, no Vale do Pajeú, no tocante ao mister de lente, na cadeira de História. Ao tempo em que exercia o magistério, Waldecy Menezes fez Licenciatura na Faculdade de Formação de Professores, na cidade de Arcoverde (PE). Homem católico e muito inteligente.
Apresentou inúmeros programas de auditório no palco do Cine São José. No período de inverno, o programa acontecia à noite, na sexta-feira, e chamava-se “Festa na Roça”, sendo auxiliado, durante algum tempo, pela professora Maria do Carmo (Carminha da Estação), que, ao lado dele, formava o casal de matuto. Nas demais épocas, o programa era na manhã do domingo, e tinha, agora, o nome de “Domingo Alegre”. Os jovens cantores locais (Antônio Xavier, Assis de Floriano, Eduardo Rodrigues, Lindaura Siqueira, José Martins, Maria da Paz, Júlio Góes, Oscarzinho, Geraldo Valdevino, Milton Freitas, Luciana Arcoverde (Lulita) e tantos outros) tinham, no programa, espaço para exibirem o talento artístico (Maria da Paz, em memória). Waldecy Menezes também trouxe para seus programas, artistas renomados, como Genival Lacerda, Hélio Lacerda (Lacerdinha), Luiz Gonzaga, Coronel Ludugero, Waldik Soriano, Alcides Gerardi, José Augusto, Adilson Ramos e outros mais. Infelizmente, por falta de patrocínio, tanto o “Festa na Roça” como o “Domingo Alegre” tiveram de ser interrompidos.
Como bom ator que era (já havia trabalhado no filme “Canto do Mar”, de Roberto Cavalcante, onde teve como companheira a atriz Aurora Duarte), Waldecy Menezes fez muito sucesso por onde passou, especialmente ao declamar poesias belíssimas, sendo a mais requisitada, justamente pelo seu impacto emocional, o monólogo “Perfil de Hospício”, de Alberico Bruno: “Num recanto de hospício, / Eu contemplava ali um mundo de sofrimento. / Em cada cela havia um mundo diferente. / A um canto / Uns falavam, outros sorriam...”
Nos últimos anos de vida, Waldecy ficou praticamente cego. Não conseguiu juntar dinheiro suficiente para impedir o avanço da catarata. Logo, porém, recebeu ajuda, e pôde finalmente trocar o cristalino ocular, recuperando a visão. Enquanto esteve com essa deficiência, contou os passos que dava de casa à Rádio, mas não quebrou a promessa feita ao seu velho amigo Dom Mota.
Waldecy Menezes faleceu no dia 4 de dezembro de 1989 [há 31 anos], aos 61 anos de idade, no Hospital Miguel Calmon, em Casa Amarela, na cidade do Recife, sendo sepultado em Afogados da Ingazeira. Seu féretro foi acompanhado por milhares de amigos e fervorosos admiradores. (por Milton Oliveira com enxertos nossos)
Pioneiro na comunicação radiofônica no sertão pernambucano, através da Rádio Pajeú de Afogados da Ingazeira, e muito querido na região do Pajeú, não poderíamos deixar de registrar suas memórias. Já bastante debilitado, por meses tentamos essa entrevista, até que em março de 1989, nove meses antes do seu falecimento, ele concordou em conversar conosco. Para tanto, convidei Milton Oliveira e Anchieta Santos para nos auxiliar nesse empreitada. O amigo Luiz Guaxinim estava presente com o seu saxofone.
Esta é a maneira mais apropriada para me despertar do torpor do enfado, quando se está sonolento, sem vontade de fazer nada, quando de repente aí vem a maior demonstração do ‘Tico Tico no Fuba’ de Zequinha de Abreu. Fico imensamente grato, pois voltei ao viver com o primeiro som daquela fantástica apresentação musical que chamamos de ‘chorinho musical’. Sem dúvida nenhuma, fui transportado mentalmente até Afogados da Ingazeira dos anos 1947/1948 e revivi aqueles momentos inesquecíveis ouvindo o ‘Serviço de Autofalantes Pajeú’, transmitindo os mais recentes recordes da música popular brasileira, e o Tico Tico no Fubá era um deles. Para mim, a música é um meio de reviver ouvindo muitos sucessos musicais que fizeram parte da minha vida. Eu estava a descobrir o mundo desconhecido. Devo dizer que foi a minha introdução ao mundo moderno. Foi naquela época, também, que o trem chegou até Afogados da Ingazeira, e os jornais do Recife chegavam até nós ao anoitecer, pelos trens. Parece até ser contos da carochinha mas era a realidade daquela época. Uma das coisas que relembro com ternura era ouvir o apito do trem chegando à nossa cidade; era algo marcante, anunciando: 'aqui estou, cheguei!' Tico-Tico no Fubá continuou sendo um amigo por longa parte da minha vida e continua até agora como parte das memórias que às vezes se manifestam através deste Mural que o amigo Fernando Pires nos apresenta de modo contínuo. Muito grato, Fernando, e até a próxima, se Deus quiser.
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 8-dezembro-2020 / 8:17:49
Alfredo de Arruda Câmara, filho de Júlio de Senna Bezerra Câmara e de Emília Capitulina de Magalhães Câmara, de tradicional família pernambucana, nasceu às 22 horas de 6 de dezembro de 1905, há 115 anos, na povoação de Varas, então município de Afogados da Ingazeira.
Realizou seus estudos primários na cidade natal, e o curso secundário no Colégio Diocesano de Triunfo. Em 1920, com 14 anos de idade, ingressou no Seminário de Olinda onde cursou Filosofia e o primeiro ano de Teologia. Distinguindo-se por seu comportamento e inteligência, foi escolhido, em 1925, para estudar no colégio Pio Latino-Americano e na Universidade Gregoriana de Roma, onde obteve doutorado em Teologia Dogmática no ano de 1928. Durante sua estada em Roma, tirou ainda a láurea em Filosofia na Academia de Santo Tomás e traduziu do francês o livro “O Guia do Seminarista”. Ordenou-se aos 22 anos de idade, em 7 de abril de 1928, regressando ao Brasil em julho, exercendo interinamente o lugar de pároco no bairro de Piedade (Recife) e em Afogados da Ingazeira.
Nomeado pároco de Pesqueira e Cura de Catedral em dezembro de 1928, exerceu o cargo (acumulado) de reitor do Seminário Menor, e professor de Latim, na sede de bispado em Pesqueira. O seu paroquiato ali durou seis anos (1928-1934) exercendo as funções de pároco da catedral, professor no seminário menor, e diretor do colégio diocesano. Em 1934, Dom Adalberto Sobral - ao que parece, coagido pelas classes dominante da cidade industrial que não simpatizavam com as posições de padre Alfredo de Arruda Câmara - retirou-lhe a paróquia, obrigando-o a transferir-se para o Recife onde Dom Miguel de Lima Valverde o recebeu e permitiu que continuasse sua atividade política à qual se dedicou, “com seu temperamento escaldado, desconhecendo os meios-termos, sempre arrastado aos extremos, embora padre cem por cento, de costumes ilibados, cheio de ‘espírito de fé’ e de formação granítica escreve Costa Porto”.
Nunca deixou, entretanto, de voltar a Pesqueira, pois tinha aí a sua principal base eleitoral. Tinha um porte hierático, passos largos, voz grave, rosto severo. Antes do exílio na capital, iniciara suas atividades de capelão militar no Tiro de Guerra em Pesqueira. Como tal, acompanhou tropas, por três vezes, em expedições revolucionárias. A primeira foi a serviço da ‘Aliança Liberal’, na revolução de outubro de 1930. Designado pelo general Juarez Távora, acompanhou a coluna de Juracy Magalhães, quando foi preso e capturado. Entusiasmou-se pelos seus ideais da Revolução de 1930 e conseguiu licença de seus superiores para servir de capelão nas tropas libertadoras, sendo injustamente preso na Bahia. Em outubro de 1931, ainda no destemido exercício de seu sacerdócio, seguiu o Tiro de Guerra de Pesqueira para o cerco do Recife quando foi baleado e deixado semimorto pelos comunistas, por ocasião do motim de Pedro Calado. Salvou-se graças a transfusão de sangue, doado por Caio, irmão do interventor Carlos de Lima Cavalcanti.
Discordâncias partidárias o levaram a afastar-se de Lima Cavalcanti e aproximar-se de Agamenon Magalhães. Em 1932, na ‘Revolução Constitucionalista’ contra Getúlio Vargas, ei-lo em São Paulo com o Batalhão Militar de Pernambuco. Suas incríveis aventuras como capelão dessas batalhas e sua heroica assistência aos feridos e prisioneiros encontram-se descritas em "Traços de Minha Vida" e "História de minha prisão". Sua vocação política teria despertado nessas experiências? Em 1933, foi eleito deputado federal à Constituinte pelo PSD (com licença eclesiástica), defendendo com êxito os postulados da ‘Liga Eleitoral Católica’: o nome de Deus na Carta Magna, o ensino religioso na escola pública, a assistência religiosa às Forças Armadas, o reconhecimento civil do casamento religioso etc.
Em 1937, com o Estado Novo, sua carreira política sofreu forte abalo. Homem de atividade incansável, apesar de menosprezado pelo governo de Agamenon Magalhães, é nomeado diretor da Caixa Econômica Federal de Pernambuco de 1938 a 1948. Foi membro do diretório de PSD, fundador e presidente do ‘Partido Democrata Cristão’, examinador de concursos, professor e membro das mais importantes Comissões da Câmara Federal. Alcançou os postos de major do Exército e tenente-coronel da Polícia Militar. Deputado desde 1933, participou de três constituintes (1934, 1935 e 1967) e de seis legislativas, sempre reeleito pelo povo fiel à bandeira de coragem, civismo e religiosidade. Ficou conhecido como "o padre-jagunço do Pajeú", por andar sempre armado. Provocado certa feita, em 1937, por um grupo de estudantes, chegou a sacar de seu revólver, ameaçando os manifestantes. Defensor intransigente da família, terçou armas contra o divórcio e tornou-se um dos mais atuantes deputados federais, além de jornalista incisivo. Em reconhecimento do seu trabalho, a Santa Sé o distinguiu com a dignidade de Monsenhor, em 1948, e de Protonotário Apostólico em 1954. Orador fluente e culto, destacou-se, não só nos debates do Parlamento, mas também no púlpito e em grandes solenidades. Por seus serviços prestados à Polícia e ao Exército, recebeu a patente de tenente-coronel honorário da polícia de Pernambuco e de major honorário do Exército. Seu destemor criou em torno de sua pessoa uma auréola de valentia agressiva.
Por sua atuação esclarecida e desassombrada, conseguiu o monsenhor Arruda Câmara a reputação de um dos mais notáveis deputados pernambucanos de todos os tempos, tornando-se um líder decisivo na política nacional. Promoveu grandes debates em defesa da família. De um lado estava ele combatendo o divórcio; do outro, o deputado Nelson Carneiro tentando a todo custo, legalizá-lo. De 1945 a 1954 presidiu o PDC local. O Partido Democrata Cristão era um movimento inspirado no pensamento católico europeu de De Gasperi e Maritain e, aqui, em Alceu de Amoroso Lima. Seu objetivo, em síntese, era o da 3ª via política, preconizada por Pio XI, que se afastasse tanto do comunismo como do capitalismo promovendo a reforma social na justiça e na liberdade. Ensinou Latim e História da Filosofia, no Seminário de Olinda. Em seu livro "Preservação da Família e das Tradições" resume seu ideal de vida: "nem esquerda, nem direita; no centro; para frente e para o alto, eis o nosso lema". Arruda Câmara representa uma época e uma mentalidade em termos de política e de Igreja, porém, não deixa de ser admirável a coerência e a fidelidade com que viveu os dois papéis de padre e de político na defesa dos valores que julgou essenciais.
O monsenhor nada perdera de seu entusiasmo e idealismo, quando foi surpreendido pela morte em 21 de fevereiro de 1970, aos 64 anos, falecendo no Hospital dos Servidores, no Rio de Janeiro.
Vale ressaltar que a sua luta foi de influência tal que, somente sete anos após a sua morte, em dezembro de 1977, quando já não se podia mais ouvir a voz do grande afogadense, é que a 'Lei do Divórcio' foi sancionada em nosso país. Seu corpo foi transladado para o Recife e sepultado no cemitério de Santo Amaro, com honras religiosas e militares.
Entre os inúmeros trabalhos publicados destacam-se as obras: Casamento Indissolúvel; Contra o Comunismo; A Família e as Imagens; Em Defesa da Família; A Família e o Divórcio; A Batalha do Divórcio; O Espírito Santo. Gigante na coragem, na tenacidade, no intelecto e no amor por sua terra, tudo fez para dar-lhe o destaque que ela bem merecia. Entre os inúmeros benefícios prestados, destacam-se: A passagem da Rede Ferroviária Federal por sua terra natal; as construções dos prédios dos Correios e Telégrafos, da Escola Normal Rural, da Maternidade Unidade Mista Emília Câmara, e a criação da Diocese de Afogados da Ingazeira. É grande a gratidão ao seu ilustre filho a quem Afogados de Ingazeira e sua gente rendem as mais reconhecidas homenagens, onde hoje é lembrado através do bronze na praça pública que, reconstruída, recebeu seu nome. [Enciclopédia Nordeste, com enxertos nossos]
Adalva de Siqueira e Silva Amaral 17.12.1955 - 28.11.2020
Fomos informados por duas conterrâneas, inclusive por Balbina Alves, sua vizinha, que a professora Adalva de Siqueira (63 anos) faleceu na manhã deste sábado (28.11), aqui no Recife.
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A missa de 7º dia será realizada na "Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios" às 8h30 da manhã do sábado 5 de dezembro.
Há 65 anos uma tragédia se abatia sobre a família do casal João Ioiô/Cândida.
Filha do casal João Ferreira Liberal (João Ioiô) e Cândida Xavier de Lemos, nascia Berta Celia Lemos Liberal, no dia 2 de fevereiro de 1947, na pequena Afogados da Ingazeira. Ela, como toda a família, era católica. O seu grande sonho - fazer a Primeira Comunhão -, foi realizado pelo Pe. Antonio de Pádua Santos. Os seus padrinhos de batismo foram o casal Maria das Dores e Helvécio César de Macedo Lima. Seus estudos foram iniciados, como o da maioria dos afogadenses da época, nas Escolas Municipais Reunidas (Escolas Reunidas Dona Anna Melo), e depois no Grupo Escolar Pe. Carlos Cottart. Berta Celia era tão ligada à mãe que, se esta se ausentasse da residência, sem lhe avisar, ela 'batia' toda a rua, de casa em casa, à sua procura. Já o seu pai João 'Ioiô' via na filha a imagem da mãe dele que não chegou a conhecer, pois ela havia falecido quando do seu nascimento. Apenas sabia que ela era loira e de olhos azuis, como a sua Berta Celia.
No nefasto novembro de 1955, Berta Celia, com tão-somente oito anos de idade, foi protagonista de uma fatalidade, sendo vitimada por acidente com um candeeiro. Seu pai, João Ioiô, era casado em segundas núpcias com a mãe de Berta Celia. Tinha filhos dos dois casamentos. No 1º de novembro de 1955, a esposa do seu irmão, Pedro, pediu aos pais de Berta para que ela lhe fizesse companhia à noite, tendo em vista que ele havia viajado e ela ficaria sozinha. Naquele fatídico dia, já sem energia elétrica, que só ficava ligada até às 22h, a cunhada acendeu um candeeiro perto da cadeira de balanço onde se encontrava a garotinha Berta. Ela estava vestida com uma roupa 'armada' com goma, e adormeceu. Sem explicação plausível, o candeeiro caiu em cima dela e, já em chamas, ela correu até sua cunhada que se encontrava na cozinha, lavando a louça e organizando o ambiente. Mas o socorro não foi suficiente para livrá-la das sérias queimaduras de 3º grau.
Mesmo estando com o corpo todo queimado, Berta suportava as terríveis dores que a afligiam, sem reclamar ou chorar. Deitada na cama, na rede ou no chão, as irmãs e familiares formaram um círculo ao seu redor como que para lhes dar forças para superar o terrível momento. Ela ficava apertando o braço das irmãs e dando pequenos beliscões - achavam que eram por conta das dores sentidas.
O que agravou seu estado de saúde foram as queimaduras sofridas no umbigo, causando o tétano. Resistiu a esse sofrimento durante treze dias, acompanhada por atendimento médico, quando, no dia do seu falecimento, teve a visão de uma Mulher de Azul que lhe sorria. Por conta da dor física, sem reclamar ou chorar, e dessa visão, algumas pessoas diziam que ela era uma santa e começaram a pedir graças, e à medida que eram atendidas, a notícia começou a se espalhar.
Seus pais, familiares e toda Afogados da Ingazeira ficaram abalados com o trágico acidente. Berta Celia foi sepultada no dia 15 de novembro de 1955, no cemitério São Judas Tadeu, em Afogados da Ingazeira. Desde então o seu túmulo é muito visitado, principalmente nos dias de Finados, onde as pessoas depositam ex-votos (fotografias, pequenas estátuas ou órgãos moldados em madeira ou cera em túmulos, igrejas ou capelas, como agradecimento por graças alcançadas).
[Na bucólica Afogados da Ingazeira, na década de 50 e início dos anos 60, a iluminação era fornecida por um pequeno motor ligado apenas das 18h às 22h. Em virtude disso, as famílias usavam velas, lampiões e candeeiros para iluminar as residências além desse horário.]
Olá Fernando, demorei mais do que era o meu desejo, mas estou de volta depois de ver muitas coisas que publicaste no “YouTube”. Foi realmente como uma festa com diversos motivos bastante agradáveis que trouxeram muitas lembranças dos tempos idos da nossa terrinha sertaneja. Tive oportunidade de ver coisas que não havia visto antes, bem como pessoas das novas gerações É bom saber como as coisas continuam com essa juventude que está descobrindo a vida e os seus enfeites. Tenho tido bons momentos vendo as fotos dos carnavais, principalmente quando mostram a casa onde nasci e vivi até os meus 18 anos. Foi uma visita memorável, especialmente quando estás no meio daquela multidão de conterrâneos. Fiquei com inveja...
Por aqui as coisas estão "desagradáveis", pois estamos na expectativa do que será o amanhã. Coisas que tínhamos como normais agora são duvidosas tais como os resultados eleitorais. Tenho, no entanto, mantido minha fé no Senhor Deus que tudo será de acordo com a Sua vontade, pois nada acontece neste mundo sem o Seu consentimento. Confio que a espera será compensada, e teremos as bênçãos celestiais para nos ajudar, Estive durante todo este tempo vendo como as coisas se desenvolvem, nos proporcionando resultados que surpreendem de maneira positiva. Louvado seja o Senhor nosso Deus por sua misericórdia, e as bênçãos que derramam sobre nós, mesmo quando não merecemos. Que o Senhor vos abençoe e guarde. Até a próxima!
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 23-novembro-2020 / 11:18:55
Antonio Ângelo da Silva Júnior 08.03.1984 - 19.11.2007
Júnior, filho de Antônio Ângelo da Silva e Lígia Barreto de Carvalho nasceu em 8 de Março de 1984 no hospital Santa Joana, Recife, PE. Primogênito do casal, foi uma criança muito desejada e amada.
(...) Os irmãos Junior e Alysson adoravam fazer trilha, no entanto a mãe sempre foi contra a prática desse esporte pelos filhos, essa aventura perigosa. No entanto o pai os apoiava, já que ele gostava desse esporte, só que ao invés de motos, a sua preferência era por trilhas de Jipe. Alguns meses antes - em julho de 2007 -, o mais novo, Alysson, sofreu um acidente a caminho do município de Ingazeira. Ele teve um leve traumatismo craniano. Chegou a desmaiar no momento do acidente, mas quem o salvou foi Junior fazendo respiração boca a boca e em seguida trazendo-o o mais rápido que pôde para ser socorrido.
Desde aquele dia Lígia disse para os dois que nunca mais eles iriam andar de moto: "Eu sei que aquilo foi um aviso para mim. Só que ninguém me levou a sério". Eles passaram um bom tempo sem participar de trilhas. Quando se aproximava o feriado de 15 de novembro, Junior havia chegado um dia antes, à noite, em Afogados, com seis colegas do Recife. Fez aquela festa com os pais. Ele gostava de dar um abraço bem apertado que às vezes Lígia dizia que ele iria lhe quebrar. Novamente ele fez um pedido à mãe: “Mainha, me deixe fazer trilha amanhã, pois como está perto do dia da operação eu queria fazer uma despedida da moto, já que vou passar seis meses sem poder levar sol”. E mais uma vez recebeu a autorização. No dia 15 de novembro de 2007, partiu logo cedo, todo equipado. Beijou a sua mãe e lhe disse: “Não se preocupe, mãe, pois venho e almoço com vocês”. Ela ainda brincou e disse: “Como é que se traz convidados, deixa-os em casa e vai sair sem eles?” Ele respondeu: “Eles vão tomar banho de piscina e curtir as namoradas. Deixe-me fazer o que mais gosto, depois de vocês é claro.” Dizem os colegas que por volta do meio-dia, Junior foi pegar alguma peça da moto de um colega que caiu e não recolocou o capacete. Quando encontrou o colega que voltava à procura da peça, ele disse: “Eu a encontrei. Vamos parar ali na frente que eu lhe devolvo; só que continuou sem o capacete”. Em uma curva entre os municípios de Tavares e Juru, na Paraíba, ele sobrou e bateu com a cabeça em um tronco de árvore que estava cortada, porém não estava rente com o chão. Ali mesmo, desmaiou. Chegou uma ambulância de Tavares e o socorreu. Levaram-no para Princesa Isabel, porém não tinha oxigênio suficiente. Pediram que a ambulância o levasse até o município de Flores/PE. Chegando lá, quem estava de plantão era uma médica da família, Dra. Mauriciana. Ela ligou dizendo que o quadro era muito sério e que deveria ser providenciado com urgência o transporte de Junior para o Recife. Conta Lígia: “Entramos em desespero e corremos para a Casa de Saúde Dr. José Evóide de Moura e lá tivemos todo o apoio do Dr. Junior Moura, Dra. Lúcia Moura e do Dr. Saulo Silveira. Saulo e Lúcia acompanharam Júnior na ambulância até o Hospital Santa Joana, no Recife, e permaneceram juntos até o dia seguinte." "Chegando ao Recife, às 21 horas, o Dr. Nivaldo e Dra. Débora já o esperavam para iniciar os procedimentos cirúrgicos. Eles examinaram Junior e disseram: ‘Esta operação pode durar horas ou alguns minutos; se vocês concordam, daremos início imediatamente; só não podemos garantir nada’, no que nós respondemos: ‘Façam tudo o que for possível e impossível’”. “Só que a cirurgia durou pouco tempo e os médicos tentaram nos fazer entender que não tinha mais jeito, mas eu tinha sempre uma esperança, pois muitas pessoas entram em coma e depois de alguns anos voltam a ficar boas. Passaram-se cinco dias e nós ficamos recebendo muitas visitas, apoio de muitos amigos e conhecidos que não foram poucas. Recebemos muitas orações, fizemos muitas correntes, nos deram intenso apoio com muita fé.”
“No dia 19 de novembro às 23h40, eu atendi ao telefonema no quarto, quando o médico dizia: ‘Olhe, acabou’. E eu insistia perguntando, acabou o quê? E o médico me respondeu: ‘Seu filho não vive mais’. Foi o pior momento de toda a minha vida. Pareceu que tinham tirado alguma parte de meu corpo. Foi uma dor terrível. Ninguém pode imaginar o quanto.” "Que ironia do destino, no mesmo hospital Santa Joana que ele veio ao mundo, naquele mesmo hospital ele se despediu desta vida. Nessa hora, chegavam ao nosso quarto o dr. Alberto Nogueira e Lúcia e dr. Cláudio Nogueira que era padrinho de crisma dele e se gostavam muito. Providenciaram tudo para o sepultamento, pois eu e o pai não tínhamos mais condições para nada. Estávamos dormentes. Não conseguíamos acreditar que tudo aquilo estava acontecendo em nossa família. No dia 20 de novembro, chegamos a Afogados da Ingazeira para o sepultamento que ocorreu às 17 horas no Cemitério São Judas Tadeu. Dizem que tinha uma multidão acompanhando. Nós não conseguíamos ver ninguém. Uma coisa nos confortou muito onde todos diziam que Junior era um menino bom. Que ele seria um grande homem. Veio gente de várias regiões de Pernambuco, Paraíba e até de Salvador/BA.”
“Como nosso filho era querido. Como é bom saber que de alguma forma o educamos e o criamos como uma pessoa tão bondosa e querida por todos, seja aquele mais humilde ou o mais afortunado. Hoje convivemos com uma saudade eterna e procuramos não ficar tristes, pois onde ele estiver eu sei que o mesmo só queria para mim e o pai, muita alegria. E nós tentamos, porém é difícil um dia você estar bem e em outro você desmorona. E assim os dias vão passando.”
“Por fim, concluo com esta mensagem entregue a mim no hospital nos últimos dias do coma de Junior por uma moça cujo nome era “Isabel Ribeiro”. Pena que depois desse encontro eu nunca mais a vi. Gostaria de reencontrá-la, mesmo através de um telefonema. Ela me impressionou tanto que aqui quero deixar registrado na biografia. “
“De que são feitas as pessoas?
Muita gente pensa que são feitas de pele, órgãos e ossos. Outros pensam que são o que são pelos bens que têm. Alguns pensam que são feitos de aço, e outros parecem feitos de um material muito frágil. Quando a gente pensa na falta que uma presença faz, até quase acreditamos que somos feitos do que é palpável, seja corpo, seja dinheiro, seja tudo o que se pode tocar. Mas, se a gente pensa melhor, chega à conclusão que tudo o que tocamos tem fim. Então, do que somos feitos? Somos feitos de nossas atitudes, do modo como agimos e sentimos na vida. É isso que deixamos registrados na cabeça e no coração das pessoas. Como eu descobri isso? Hoje, estive na sala de espera de uma UTI e presenciei uma cena muito bonita. Que talvez aconteça em algumas salas de UTI, mas foi ali que eu descobri do que somos feitos. Na sala, muitas pessoas esperam para visitar um jovem que havia sofrido um acidente e seu quadro era muito grave. Várias pessoas, conhecidas suas, vieram até o hospital. Muitos vieram de longe para vê-lo. Os amigos, também muitos jovens deixaram de lado o final de semana para vê-lo. Os parentes, os conhecidos, todos estavam ali para visitá-lo. Até os pais tiveram que ceder seu pouco tempo de visita ao filho para os outros. O que move tanta gente? O que desperta o sentimento de solidariedade na dor e até na prece, até em quem não o conhece? De onde surge a força dos pais para ceder seu pouco tempo com o filho para os outros? Foi o corpo do jovem? Foi o dinheiro do jovem? Foram as palavras dele? Não. Foi o que ele representou na vida de cada uma daquelas pessoas que estavam ali para levar um carinho no pé, um aviso de espera, uma oração, um olhar, uma mensagem de força. Foram as atitudes que esse jovem diante da vida e daquelas pessoas que levaram todos até ele. E as atitudes, ao contrário de tudo que é palpável, não se acabam nunca. É delas que são feitas as pessoas de verdade. E quem reconhece isso em si e nos outros não acredita no fim." (Isabel Ribeiro)
[Neste 19 de Novembro, às 23h40, completou-se 13 anos da sua partida.]
Há 35 anos - 10 de novembro de 1985 - aos 14 anos e 10 meses, perdíamos Glauquinho, filho de Paula e Célio, vítima de atropelamento por um taxista, em Olinda, quando se dirigia à praia para curtir o domingo entre amigos. Hoje estive conversando com tia Paula, sua mãe, e ela me disse: "É uma saudade que dilacera o coração!" A saudade é imensa! Que o Pai eterno o tenha em Sua glória.
Aurélio Pires Ferreira, meu querido e inesquecível avô, estaria completando, neste 1º de novembro, 117 anos.
No povoado Espírito Santo (Tabira), nasceu, no 1º dia de novembro de 1903, Aurélio Pires Ferreira. Era mais um filho do casal Raimundo Ferreira Lima e Josepha Leopoldina Pires de Lima. Aurélio, como os demais garotos de sua época, teve uma infância marcada por grandes sacrifícios. Oriundo de uma família pobre do sertão de Pernambuco, muito cedo teve de ajudar os pais nos trabalhos domésticos e no trato da terra. Passou a infância entre os povoados Espírito Santo e Ibitiranga – Carnaíba (PE). Trabalhou, estudou (o primário, apenas) e viveu com dignidade. Mais tarde ele conheceu aquela que veio ser sua legítima esposa. Em 25 de janeiro de 1925, Aurélio se casou com Ozana Clara de Jesus. O casal teve os filhos: Erotides, Agenor, Elizeu, Ivonete, Paula Frassinette, Daria Lúcia, e adotou Antônio e Maria Aparecida. Nos primeiros anos de casado, Aurélio morou no povoado de Ibitiranga. Depois se mudou com a família para Tabira. Nesse período, foi nomeado Comissário de Polícia, indo destacar em Solidão (PE). Somente no ano de 1944 foi que ele fixou residência em Afogados da Ingazeira. Nessa cidade Aurélio abriu próspero armazém com vendas a grosso, o que o obrigou a empreender inúmeras viagens ao Maranhão, em busca de arroz, e à Bahia, com o objetivo de comprar milho e feijão. Era proprietário de caminhão (não sabia dirigir) e o fato de ter transporte próprio, facilitava o desenvolvimento do seu comércio. Homem dinâmico e trabalhador, em pouco tempo Aurélio era considerado um comerciante afortunado. O tempo, porém, opera mudanças drásticas na vida das pessoas. Alguns janeiros depois, já no ano de 1964, Aurélio percebeu que seu comércio estava em declínio. Fechou, então, o armazém e abriu um bar e sorveteria. Era, pois, este bar e sorveteria o ponto mais frequentado na cidade, notadamente pela juventude e por algumas autoridades (médicos, prefeito, comerciantes, professores, etc.) No salão desse novo empreendimento existiam mesas de sinuca e bilhar para os apreciadores do jogo saudável, para os momentos de lazer. Lá, também, se realizaram bailes de carnavais e festas de final de ano que se tornaram tradicionais. Começando a sentir o peso da idade, Aurélio decidiu que estava chegando a hora de novamente mudar de profissão. Bom marido e ótimo pai que era, preferiu ouvir o que a família tinha a dizer a este respeito, antes de tomar qualquer decisão. Todos concordaram que ele deveria procurar outro meio de vida que exigisse menos esforço e não lhe desse tanta preocupação, quanto o bar e sorveteria dava. Aurélio passou o ponto adiante e, passou a residir na propriedade Serrinha, nas proximidades de Ibitiranga, onde se instalou com a esposa, posto todos os seus filhos já estarem casados. Ali desenvolveu tranquilo e feliz a lide de agricultor, até o final de sua existência.
Era o dia 13 de maio de 1972, quando esse homem bom e modesto emitiu seu último suspiro, aos 68 anos de idade, em meio a uma forte crise de angina. Está sepultado no cemitério São Judas Tadeu em Afogados da Ingazeira.
João, filho dos agricultores Francisco Olegário Marques e de Antônia Raimunda da Silva, nasceu no sítio São João, Afogados da Ingazeira, no dia 8 de fevereiro de 1928. Seus pais tiveram dez filhos e filhas: Sebastião, Izaías, Maurício, Eleodório, João Olegário, Antônio, Beatriz, Tereza, Maria e Ana. Pela dificuldade de educadores na época, nunca frequentou uma Escola, mas aprendeu a assinar o seu nome e operações básicas de matemáticas na vivência do dia a dia. A sua vida não foi nada fácil, pois no final dos anos 1930, ainda criança, numa grande seca que assolou a região, teve que migrar com os irmãos para Garanhuns a fim de adquirirem recursos para as necessidades da família. Naquela década, juntamente com três irmãos de 18 a 20 anos, devido à seca que grassava a nossa região, para ajudar aos seus familiares, tendo em vista a família ser pobre, pediram ao seu pai para trabalhar em Garanhuns. Viajaram, não de automóvel ou na garupa de algum animal, mas “a pé”, para trabalhar nos roçados de milho e feijão daquela região. Conta que não foram somente eles a emigrarem; muita gente também percorreu o mesmo caminho e até mesmo para Viçosa e outras cidades, no estado de Alagoas. Tendo em vista Garanhuns não estar passando por calamidade, foi o local escolhido. Ficaram por lá, trabalhando em várias fazendas, na modalidade de empreitada, pois a diária era muito baixa. Depois de algum tempo enviaram para o seu pai cinco sacos de feijão e algum dinheiro. Permaneceram uns oito meses naquela região, quando retornaram para Afogados da Ingazeira, pois seu pai os havia chamado, tendo em vista o início das chuvas, mas a situação ainda não era das melhores. No retorno, caminharam durante quatro dias, dormindo pelo mato e comendo algum “breboto” e, à noite, cozinhavam o feijão, a única alimentação consistente do dia. O seu João foi enfático ao dizer “chegamos aleijados das pernas”. No retorno, trabalharam ainda em “frentes de serviço” no São João e arredores. Em 20 de janeiro de 1947, contraiu matrimônio com dona Maria das Dores Pires, em Ibitiranga, que há alguns anos havia ficado viúva, com oito filhos pra criar, e que necessitava de um companheiro que lhe amasse e a ajudasse a criá-los. Seu João foi um verdadeiro pai para a prole da esposa. Mas, para se completar, necessitava ter seus filhos de sangue. E vieram três: José, Deusdedite e Josete. Tendo dona Maria das Dores falecido em 12 de outubro de 1987, e sentindo-se só, um ano depois conheceu Ana Lúcia Magalhães, moça iguaraciense, com quem namorou durante alguns meses e, em 30 de maio de 1988, contraiu novas núpcias na capela do Colégio Normal de Afogados da Ingazeira. O celebrante foi o padre João Carlos Acioli Paz. Desse relacionamento não tiveram filhos. Seu João disse que os grandes momentos da sua vida foram os seus dois casamentos e os filhos.
Devido aos problemas de saúde, e a idade avançada, faleceu em Afogados da Ingazeira no dia 30 de outubro de 2018.
Gostei demais das fotos aéreas da nossa cidade mostrando a Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios. Tenho dado atenção a este tópico por uma semana, pois mesmo distante com 5 horas de diferença no fuso horário e, mais ainda, a distância em anos passados, é sempre uma alegria rever aquela igreja onde cresci e me desenvolvi até os 18 anos. As memórias estão bem vivas dos casamentos, das festas de fim de ano, da banda de música tocando durante as festividades, e, sem dúvida nenhuma, relembrando os amigos contemporâneos que cresceram no mesmo cenário de amizade e solidariedade. É doloroso relembrar e sentir-se distante, mas na mente está tudo como se fosse hoje. Algumas lágrimas correm e fico imóvel e sem ninguém para trocar ideias das lembranças que tomam o todo de mim. Só me resta orar ao Senhor Deus, e agradecer-lhe pelos momentos grandiosos que tem me concedido, e repetir “Glória, glória, aleluia”, amém! Caro amigo, tenho muito para agradecer-lhe pela atenção e oportunidade que me proporcionas para reviver momentos tão preciosos na vida deste velha guarda. Um abraço, e até a próxima.
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 20-outubro-2020 / 6:14:43
Prezado amigo Fernando:
Vi e gostei do Vídeo que você me enviou. É muito bom, especialmente para quem vive longe de nossa terrinha. Muito obrigado. Mais uma vez lhe digo: o que se fala o vento leva; o que se escreve fica para a sociedade futura. Se não se escreve entra no túnel do esquecimento.
Acredito que você não tem conhecimento de um fato trágico que aconteceu com a família Liberal em 1924, que minha inesquecível mãe me contava. O casal Nunes Mariano, genitor dos filhos 'Massal", Alexandre, Manoel, Sebastião, Chico e Antônia, residia no sítio Barras, localizado no encontro do rios da Volta e das Varas, dando origem à barragem do Rosário, próximo do sítio Carro Quebrado, onde minha inesquecível mãe nasceu. O filho "Massal" negociava com compra e venda de gado. Era amigo e sócio de Né Liberal, pai de Dona Davina, Sinhá (Mãe de dona Creuza), Abigail (mãe de Petain), Maria Né e Antônio (pai de Ana e Augusto Liberal). "Massal" convidou Né Liberal para comprar uma boiada, e recomendou que levasse o dinheiro, pois o dono dos bois só vendia a dinheiro. "Massal" combinou com um "amigo" para assassinar e roubar Né Liberal, e marcou encontro nas imediações do sítio Aroeiras - hoje barragem do Rosário. Né Liberal selou sua burra em Afogados da Ingazeira e partiu para o encontro da morte. Após o trágico crime, "Massal" foi para a casa de seus pais e, segundo sua mãe revelou para minha avó que eram vizinhas, ele passou a noite seguinte se levantando (inquieto)... O negro foi para sua casa, reagiu a prisão e foi morto pela polícia. "Massal foi julgado em Afogados da Ingazeira e pegou a 30 anos de prisão, tirados na antiga Casa de Detenção de Recife, onde foi chefe da oficina da sapataria. Né Liberal era irmão de Gedeão Liberal, casado com Dona Nozinha. Gedeão Pires Liberal e Nozinha tomaram a iniciativa de adotar a criança Abigail Liberal, mãe de Petain. Antônio Liberal, filho de Né Liberal, casou-se com a filha do Juiz Augusto Santa Cruz de Oliveira. Conheci o senhor Antônio Liberal (Antônio Né), na década de 50, explorando uma sorveteria em Afogados da Ingazeira. (19.04.2020)
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Uma curiosidade
O saudoso Luiz Ferreirão , mestre de obras da construção civil, responsável pela construção do belo prédio do Cine Pajeú (déc. de 40); da reforma do prédio do Palácio Episcopal; da construção da casa de Dr. Jesus, e outras grandes construções de Afogados da Ingazeira, quando jovem era um famoso jogador de futebol em Afogados da Ingazeira. Na época havia um grande jogador de futebol, a nível estadual ou nacional, conhecido por ‘Ferreirão’. Daí veio o sobrenome pelo qual ficou conhecido: Luiz Ferreirão. Ele pertenceu à numerosa ‘família Barbosa’ do Sítio Pacus e adjacência de Afogados da Ingazeira, onde o escritor ‘Gonzaga Barbosa’ deixou o mundo dos vivos. Fonte: Sr. Jonas Barbosa, primo legítimo de Ferreirão.
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Recordando
No 1º de janeiro de 2010, me encontrei com José Eurico Sanzzoni (o saudoso Zé Preguiça), na calçada da casa de Inês Nazário, na praça Mons. Alfredo Arruda Câmara, em Afogados da Ingazeira. Na oportunidade, ele me informou que as primeiras usinas de beneficiamento de algodão e geração de energia elétrica de Afogados da Ingazeira foram introduzidas, e de propriedade de seu pai, José Camilo Sanzzoni. As usinas eram movidas por caldeira, cuja matéria prima era lenha. Posteriormente, essas usinas foram vendidas para o Sr. Severino Pereira. O sr. José Camilo Sanzzoni foi casado com Dona Beliza Amaro Sanzoni, que ainda a conheci residindo em Afogados da Ingazeira, com 4 filhos (Zé Preguiça, Maria Socorro e Izaura), mas já viúva, residindo em uma casa situada por traz da atual Câmara de Vereadores de Afogados. O sr. José Camilo ou dona Beliza Sanzzoni era da família Rabelo do Vale do Pajeú. Conheci o saudoso Zé Preguiça, com uma tropa de jumentos, carregando água do leito do Rio Pajeú e lenha do Riacho da Onça, para vender na cidade, e assim ajudar nas despesas da mãe, Dona Beliza, e das irmãs. Faleceu, mas deixou um ‘legado’ em Afogados da Ingazeira – O hotel de Brotas -, que a cidade precisava há muito tempo.
Há um ano (12 de outubro de 2019) falecia Horácio Pires. Quando de uma das nossas visitas a Afogados da Ingazeira, em 12 de agosto de 2010, fizemos uma entrevista com ele, em áudio, quando nos contou passagens da sua vida. Segue a transcrição:
Filho de Joaquim Galdino da Silva (agricultor) e de Maria das Dores Pires de Lima (costureira), nasceu no sítio Caiçara, distrito de Ibitiranga, na então Carnaíba das Flores, em 14 de abril de 1937. Seus pais se casaram em 1927 e formaram uma prole de oito filhos: Maria nasceu em 1928, José Pires (Zezito) em 1930, Juarez em 1933, Jurandir em 1935, Horácio em 1937, Luiz em 1939, Socorro em 1941 e Maria da Paz em 1943.
Na véspera de São Pedro de 1944, à tarde, no sítio Jiquiri/Maravilha, no município de Afogados da Ingazeira, onde residiam, Joaquim pediu à esposa que chamasse os pais dela - Raimundo Ferreira de Lima e Josefa Pires (Moça) - que moravam a uns 100 metros da sua casa, e que eles trouxessem uma vela, pois ele sentia que a sua hora estava chegando. Ela chamou o filho Juarez para que ele fosse buscar os avós. Quando chegaram, Joaquim disse ao sogro que estava nos seus últimos momentos e que ele cuidasse de Jurandir: “ele é seu”, disse, e pediu que também cuidassem dos outros sete filhos para que não passassem necessidades, no que foi atendido.
Nesse momento Horácio estava num açude, cuidando do arrozal, batendo numa lata para afugentar os passarinhos, quando, às quatro horas de tarde ouviu uns gritos em sua casa; então ele correu para ver o que se passava, quando então soube que o seu pai havia falecido. A causa de morte foi o acometimento de uma febre.
A caçula dos filhos, Maria da Paz, contava 11 meses de idade quando ficou órfã de pai. Naquela época a família passava por grandes dificuldades, pois morava em uma região desprovida de um mínimo de assistência, inclusive a médica. Com o falecimento do esposo, dona Maria das Dores retornou para o sítio Caiçara, Ibitiranga, pois era onde ela tirava o ganha-pão da família na confecção de roupas para a comunidade.
Em virtude de ter ficado órfão de pai, aos sete anos de idade e em vista das dificuldades que a família passava, Horácio disse não ter conseguido estudar nem o primário na sua totalidade, pois necessitava ajudar a mãe. Mesmo assim, fez o curso de Admissão ao Ginásio no Mons. Pinto de Campos (que na época funcionava onde hoje está instalada a Cúria Diocesana), mas não deu prosseguimento aos estudos. O que sabe, “aprendeu na escola da vida”, disse.
Lembra-se das suas primeiras professoras: dona Nelcy Bezerra (que ensinava na Escola Municipal que funcionava na residência dela) e de dona Gerusa Barbosa (no Grupo Escolar Estadual).
Tendo ficado viúva e com oito filhos menores para criar, dona Maria das Dores teve que trabalhar duro para sustentá-los, fazendo-o com muita dignidade. Alguns anos depois ela se casou com o sr. João Olegário Marques – que se revelou um ótimo marido e cuidou dos filhos dela como se fossem seus. Desse relacionamento nasceram mais três filhos: José, Deusdedith e Josete. Jurandir, o quarto filho, ficou residindo no Jiquiri com os avós, ajudando no transporte do leite, de propriedade do seu tio Severino Pires, para Tabira. Tendo Jurandir concluído o primário, Severino Pires o chamou para trabalhar na sua mercearia em Tabira. Algum tempo depois, José Pires Sobrinho (Zequinha), outro tio, percebendo a desenvoltura de Jurandir, pediu que Severino o entregasse aos seus cuidados, trazendo-o para trabalhar na Loja que adquiriu de Zé Torreão em (1947), em Afogados da Ingazeira.
A nova Loja do Povo inicialmente foi gerenciada por Gedeão Pires Sobrinho durante dois anos; depois por Agenor Pires por mais dois anos e, algum tempo depois, entregou essa loja aos cuidados de Jurandir, para gerenciá-la, tendo Horácio como funcionário e assistente. Essa loja se localizava na Praça Domingos Teotônio, 178 (atual Praça Mons. Alfredo de Arruda Câmara).
Passados alguns anos, o jovem Jurandir, com sua dinâmica nos negócios, conseguiu crescer no posto ocupado a ponto estar negociando a aquisição de uma pequena casa nas imediações da loja de tecidos da qual era gerente. Sabendo disso, Zequinha imaginou que ele estaria especulando se estabelecer com uma loja no mesmo ramo que, evidentemente, lhe faria concorrência. Em vista disso, ele ofereceu a loja para que Jurandir a adquirisse, mas teria que ser à vista. O rapaz respondeu que não teria condições, pois não tinha o dinheiro, como era sabido, mas Zequinha foi intransigente: só venderia à vista.
Sabedores do fato, os senhores Miguel de Campos Góes (Miguelito) e Augusto Lopes dos Santos (Dóia fumeiro) intermediaram a negociação no sábado seguinte, durante a feira semanal de Afogados da Ingazeira.
Conversando com Zequinha, pediram-lhe para realizar a transação, assegurando que no mês em que o compromisso não fosse cumprido, eles assumiriam a responsabilidade da prestação e que o sr. José Pires Sobrinho não teria prejuízo algum.
Nessa condição Zequinha ficou mais maleável e vendeu a loja por Cr$ 11.000.000,00 (onze milhões de cruzeiros) divididos em 11 parcelas de Cr$ 1.000.000,00 (um milhão de cruzeiros). A sociedade foi formada por Jurandir com 95% (noventa e cinco por cento) e o irmão Horácio Pires com 5% (cinco por cento). No ano seguinte, com a prosperidade do negócio, Horácio já estava com 10% na sociedade criada.
Foram-se passando os anos e, com o êxito nas vendas e o crescimento empresarial, o irmão mais novo já contava 25% (vinte e cinco por cento) de toda a Firma Jurandir Pires Galdino e Cia.
A prosperidade da Firma era visível. Abriram filiais em Triunfo, Tabira, Serra Talhada, tudo coordenado por Horário Pires. Mas, a instalação de uma loja em Tabira magoou Zequinha Pires que havia dado ‘a mão’ aos irmãos e eles agora seriam concorrentes em sua cidade.
A Firma Jurandir Pires Galdino e Cia, em Afogados da Ingazeira, foi administrada pelos sócios até 1970, quando Jurandir se mudou definitivamente para o Recife.
Em 1982, numa das viagens de Horácio à capital pernambucana, Jurandir indagou ao irmão sobre uma nota que havia saído no Diário de Pernambuco dizendo que o empresário Horácio Pires seria um dos prováveis candidatos a prefeito de Afogados da Ingazeira, o que não agradara ao sócio majoritário. Horácio, então, lhe disse que foi uma nota não autorizada, mas que não havia dado atenção, no que Jurandir lhe disse que se ele entrasse na política, a sociedade seria desfeita.
Em vista da impulsividade, Horácio retrucou imediatamente, respondendo que “a sociedade estava desfeita a partir daquele momento”, no que o irmão tentou acalmar os ânimos, mas ele não voltou atrás. As lojas de Afogados da Ingazeira ficaram com Horácio e as do Recife com Jurandir.
Aos 32 anos, já homem maduro, Horácio conheceu uma garota que veio para Afogados juntamente com os familiares para visitar um parente. Por não conhecerem a cidade, pediram ajuda a Horácio, que se encontrava nas imediações da agência de ônibus - ainda não existia Rodoviária em Afogados da Ingazeira -, para que os orientassem como chegar à casa de Cleodon. Ele, já de olho naquela garotinha de 18 anos, se prontificou a levá-los em seu automóvel.
A partir daí começou a paquera. Se apaixonou... e, no ano seguinte, no dia 28 de fevereiro de 1970, num dia chuvoso, na Igreja Católica da Estrada de Belém, no Recife, contraiu matrimônio com aquela que seria a mãe dos seus 4 filhos. O primogênito, Plínio, nasceu em 2 de março de 1971. Depois nasceram Patrícia, Horácio Filho e Petrúcia.
Horácio Pires, homem dinâmico e empreendedor, administrou as suas lojas com a ajuda da esposa e dos filhos, até os seus últimos dias.
Imagens Aéreas de Afogados da Ingazeira - Cedidas por Jefferson Vasconcelos que sempre que vai a Afogados da Ingazeira nos presenteia com seus vídeos aéreos e os divulga através do YouTube no "TartaDrone".
Isto é uma boa novidade para mim. Não sei quem é o responsável, mas gostei muito dessa iniciativa, pois também é o meu dia. A anatomia apresentada do nosso linguajar característico é genial e nos trás muitas recordações e lembranças que só o nordestino sente. Vejo-me agora na nossa casa, ajudando meu pai a fazer sapatos a alpercatas. Os amigos passavam por aquela Travessa (Paulino Raphael) e paravam para falar com ele, seu “Zaquié”. - Como está o senhor?... perguntavam. Ezequiel era o nome dele, mas, um bom número de pessoas amigas pronunciava seu nome assim. Eu dava muitas “risadas” em consequência ao pronunciamento, mas era tudo aceito de bom grado. Quanto à imagem que enviaste sobre a descrição das partes do corpo humano (termos usados pelo nosso povo), é fantástica; relembrei os nomes, e a emoção foi grande, pois estas são recordações de tempos idos... há mais de 70 anos, Agradeço ao Senhor Deus pela oportunidade de compartilhar com os amigos desta página os preciosos tempos idos e abençoados pelo Senhor Nosso Deus. Até a próxima! (9 de Out. de 2020)
DOAÇÃO DE SANGUE - Adalva de Siqueira e Silva Amaral - Hospital UNIMED
Recebi há pouco, uma mensagem através do WhatsApp, informando da necessidade de doadores para a nossa conterrânea, professora Adalva. Faltam, ainda, umas 50 (cinquenta) doações Quem se dispuser a realizar esse ato tão nobre, deve se dirigir à Rua Dom Bosco, 723 - Boa Vista, próximo à Praça Chora Menino, em frente ao SAMU, no Recife (PE)
Horário: 7h às 18h Telefone (81) 3972.4050. Estacionamento para Doadores no local
Caro amigo, suas notícias chegam sempre em horas oportunas. Estive pensando em escrever durante a semana inteira e você me acordou neste momento. Quando tudo parece estar indo em diferente direção, você sempre me dá razões para vir a esta página e desabafar. Este vídeo que me enviaste, do grupo cantando “Luar do Sertão” [não há ó gente, ó não, luar como esse do sertão...] tem sempre aquele efeito em despertar em mim um mundo de saudades e alegrias que me fazem gritar de prazer e das lembranças agradáveis. Passei esta manhã fazendo algumas compras, pois sabia que meus netos viriam passar o dia conosco, bem como nosso filho primogênito e o pai dos garotos, quando abri o e-mail imediatamente gritei: “Boas novas, venham ver!”
Eles vieram me ajudar no jardim, limpado, cortando e fazendo reparos na cerca que nos separa dos vizinhos na área norte. Tivemos que parar o labor pois estamos sofrendo temperaturas muito elevadas (106 graus Fahrenheit), é muito desconfortável; resolvemos que deveríamos parar e retornar na próxima semana, pois a previsão é de temperatura mais agradável.
Aqui a situação política está com tensões elevadas; tem havido muita bagunça em várias cidades controladas por “democratas” que no começo aceitavam sem questionar, mas finalmente perceberam que estavam perdendo votos, e assim vai.
Tenho acompanhado o trabalho da transposição do São Francisco e me emociono ao ver como tem sido um sucesso contínuo, e o Nordeste tem sido muito beneficiado. Aleluia, amém!
Caro amigo, retornarei novamente em breve, pois como já mencionei, suas mensagens são como chuvas de Outono que muito me agradam Desde já um grande abraço, e que o Senhor Deus vos abençoe e guarde.
Iracema Salvador Silva (Estaria completando 102 anos)
Quando criança, anos 1960, eu ajudava o meu pai no seu comércio na Praça Domingos Teotônio, 54, em Afogados da Ingazeira. Todas as tardes ia até o hotelzinho de dona Iracema, que se localizava numa casa vizinha à Loja de Horácio Pires, deliciar o seu doce de leite com bolo. Lembro-me muito da sua atenção aos clientes e amigos. Pouco antes do seu falecimento a visitei na casa de Ceiça, sua filha, no primeiro andar na Senador Paulo Guerra.
Há alguns anos, conversando com Ceiça, recebi essas informações: Em Afogados da Ingazeira, no dia 23 de setembro de 1918, nascia Iracema, filha de José Bezerra da Silva e Maria Bezerra da Silva. Quando ainda criança, sua família foi residir em Triunfo. Naquela cidade iniciou seus estudos primários e contava haver presenciado algumas vezes a passagem de cangaceiros pelas serras triunfenses. Já moça feita, a família retornou à terra natal, onde se estabeleceu. Na cidade conheceu o jovem Abdias Salvador da Silva com quem namorou e, em 31 de julho de 1943, casou-se na Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios. Tiveram seis filhos: José Edson, Maria da Conceição, Vilma Lúcia, Maria de Lourdes, João Vianey e Maria da Fátima Salvador.
Ela, católica praticante, fazia parte da Legião de Maria. Era uma mulher guerreira, lutadora, carinhosa e alegre, desfrutava de grande amizade na cidade. Trabalhava incansavelmente para sustentar os filhos, tendo em vista que, algum tempo depois do casamento aconteceu a separação do casal.
Para sobreviver, explorava um ponto de café – lanchonete - onde servia doces diversos, inclusive tradicional doce de leite, cafés e sopas à noite.
Somente com a aposentadoria veio a desfrutar de algum lazer, viajando para Brasília, Maranhão e para o Recife. Gostava de viver intensamente.
Em decorrência de um CA com metástase, falência múltipla dos órgãos, faleceu há 17 anos, no dia 28 de julho de 2003, em Afogados da Ingazeira, sendo sepultada no cemitério de São Judas Tadeu.
Neste 2020, 107 anos do seu nascimento; 33 do seu falecimento
Natural do Recife, nasceu no dia 27 de março de 1913. Filho de José Feliciano da Mota e Albuquerque e Aline Alice Ramos da Mota e Albuquerque, ainda na infância passou a residir em Nazaré da Mata. Desde cedo demonstrou interesse pelas coisas da Igreja. Seus pais, católicos fervorosos, contribuíram para a firmeza da sua vocação No seminário de Olinda estudou as ciências eclesiásticas e se aprimorou em sua formação espiritual e humanística revelando-se um levita talentoso. Na Catedral de Nazaré recebeu o presbiterato com a imposição das mãos de Dom Ricardo Ramos de Castro Vilela, no dia 28 de abril de 1935. Tinha 22 anos de idade. De imediato recebeu a provisão de Capelão do Colégio Santa Cristina, chanceler da Cúria e, em seguida, de Vigário de Nazaré, função que exerceu com zelo pastoral e empenhou-se, intrepidamente, nos trabalhos da construção da Catedral. Seu paroquiato durou apenas dois anos. O seu sacerdócio foi realizado, plenamente, na educação da juventude. Ocupou um lugar no Egrégio Colégio dos Consultores da Diocese e mestre de cerimônia do sólio episcopal.
Aos 43 anos foi nomeado bispo de Afogados da Ingazeira. Três meses depois - em 28 de abril de 1957 - recebeu a ordenação episcopal. No dia 19 de maio de 1957 chega Dom Mota para tomar posse na diocese recém-criada, sendo recepcionado com todas as honrarias merecidas. Um dia de glória para a cidade ao receber o seu primeiro bispo. As cidades circunvizinhas também se fizeram presentes, através das autoridades e fiéis que as representavam.
Em pouco tempo, Dom Mota, homem de educação fina e singular gentileza, conquistou a amizade de todos. Visitava as famílias e demonstrava particular interesse pelo rebanho que por Deus lhe fora confiado. Preocupado com a carência da região, principalmente no que se refere à área da saúde, empenhou-se, juntamente com o Mons. Arruda Câmara, na criação de um hospital/maternidade, conseguindo assim a Unidade Mista Emília Câmara, o que muito beneficiou o município e cidades vizinhas.
Deve-se também a ele, o avanço que a cidade teve na área da comunicação, com a instalação da Rádio Pajeú de Educação Popular, tendo como meta principal minimizar o índice de analfabetismo da região na zona rural, mediante um programa de alfabetização de adultos, através da Rádio, programa que veio se concretizar já com o segundo bispo da Diocese, Dom Francisco. Com a criação da Rádio Pajeú, Dom Mota trouxe para Afogados da Ingazeira seu antigo aluno Waldecy Menezes que, com alta competência, conduziu a emissora por bastante tempo.
A inauguração da Rádio foi marcada por um evento muito significativo para a cidade: a realização da Semana de Medicina Preventiva. Médicos, enfermeiros e profissionais da área, vindos da capital, realizavam conferências, palestras e debates, na Escola Normal, sob a coordenação do Dr. Aloísio Sanches. Com isso Dom Mota deixava transparecer o seu empenho no sentido de colaborar para o crescimento da cidade em todos os níveis. O que marcou, de fato, a sua passagem por Afogados da Ingazeira, foi a Rádio Pajeú. Este foi o grande legado que ele nos deixou. A criação do "Pré-Seminário" ou seminário menor, foi uma manifestação do seu particular interesse pela formação de novos candidatos ao sacerdócio.
(...) Promovido a Arcebispo Metropolitano de São Luiz do Maranhão, exerceu o seu Ministério até 1984, com 71 anos de idade. Em vista da saúde debilitada, aguardava a idade canônica para renunciar à Arquidiocese e voltar a Pernambuco, mas a enfermidade lhe foi traiçoeira e cruel, exigindo que a renúncia acontecesse antes dos 75 anos, e isso não estava nos seus propósitos. Tornando-se Arcebispo Emérito, veio sofrer a sua paixão e morte no Recife, vivendo, porém, intensamente, e até as últimas consequencias, o seu lema episcopal . Faleceu santamente no Senhor, em 12 de setembro de 1987, com 74 anos de idade, na capital pernambucana, sendo ministrados os sacramentos dos enfermos. Seu corpo foi trasladado para Nazaré da Mata. Dom Jorge Tobias de Freitas, então titular daquela Diocese, empenhou-se no sentido de que todas as honras lhe fossem prestadas, na forma do ritual romano. O féretro partiu da Igreja de Santa Terezinha à entrada de Nazaré da Mata e a Santa Missa exequial celebrada ao ar livre, em frente à Igreja Mãe, com a homilia pronunciada pelo seu predecessor do sólio maranhense, Dom Paulo Eduardo Ponte, presentes autoridades locais, familiares, clero diocesano e religioso, religiosas de várias congregações, estudantes e grande número de fiéis. Findo o ato religioso, foi o seu corpo inumado, no interior do templo, esperando a dia da ressurreição, prometida pelo Senhor.
(...) Em 22 de dezembro de 2006, dezenove anos após o seu falecimento, com autorização da família e da diocese de Nazaré da Mata, seus restos mortais foram trasladados e sepultados na Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios em Afogados da Ingazeira. A missa de traslado, com a participação do clero de Nazaré, foi presidida pelo bispo dom Pepeu de Afogados da Ingazeira. Como parte das comemorações do Jubileu de Ouro da diocese de Afogados da Ingazeira, foi construído o Museu Diocesano - localizado no prédio do antigo seminário menor - com exposição de vestes, pertences e fotografias de momentos dos seus dois primeiros bispos.
Há 30 anos, no dia 13 de setembro de 1990, professores, alunos do Colégio Normal Estadual (CNE), familiares e amigos comemoraram o 66º aniversário de dona Ione de Góes Barros. Ela faleceu em 22 de julho de 2011, aos 86 anos de idade (20 anos depois).
Você sabe onde fica o sítio Portásio? Tem alguma informação sobre a família Conceição ou Matias ou Vicente?
Minha avó nasceu em Afogados da Ingazeira em 1945 no Sítio Portásio. O nome dela é Olivia da Conceição Matias. Seus pais são Joaquim Matias Filho e Sofia Luisa da Conceição. Avós paternos Joaquim Matias e Antônia Maria Rosa da Conceição. Avós maternos Manoel Vicente e Luisa da Conceição. Estou montando minha árvore genealógica para saber mais sobre minha descendência, origem e história.
Alguém sabe me dizer se conheceram essas famílias, se sabem sobre sua origem, migração e história? Ou algum lugar onde posso obter essas informações? Eles moravam, acredito eu, próximo da família Silvino porque até hoje minha avó comenta dessa família.
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Ângela, fiquemos na expectativa de que alguns dos nossos leitores conheçam/tenham conhecido alguém da tua família ou das citadas. Não tens nenhum conhecido residente na nossa região/cidade? Quando seus pais migraram devem ter deixado parentes/conhecidos. Se é o caso, eles não se lembram de nomes ou referências?
Também monto a Árvore Genealógica (familysearch.org/) da minha família. Conheci meus bisavós maternos (Manoel Alves Feitosa e Maria Clara de Jesus). Também, pelo lado materno, conheci meu bisavô Raymundo Ferreira de Lima (já enfermo, em Tabira). A partir daí já cheguei aos meus tetravós [Francisco Pires Ferreira (1840-1927), e Antônia Damascena Bastos], 6º avós dos meus netos. É necessário muita paciência, disposição... e tempo! Com essas pesquisas, e concluindo meu segundo livro sobre Afogados da Ingazeira, tento fugir do "alemão" Alzheimer! (Fernando Pires)
Soubemos há pouco, através do primo Rodrigo Pires, do falecimento do senhor José Teotônio Neto (Carneiro), aos 92 anos de idade, ocorrido ontem pela manhã em sua residência, em Afogados da Ingazeira. Aos familiares, nossa solidariedade.
Galeria de alguns ex-prefeitos de Afogados da Ingazeira (períodos 1891-2020) - dos quais consegui fotografias - desde o primeiro, o português Alfredo Adolpho Ferraz Costa.
- 1891 - Prefeito: Alfredo Adolpho Ferraz Costa; Subprefeito: Pe. Pedro de Souza Pereira. Conselho municipal: Luiz Antônio Chaves Campos, Antônio Dias de Oliveira, Manoel Mariano de Souza, Ananias d´Oliveira Santos, Belarmino José Neves.
OTON DA COLETORIA - Todo santo dia útil ele ia ao Banco do Brasil prestar contas à Receita Federal, da qual era servidor. Quando adentrava na Agência ele dizia, reportando-se a Fernando: - Se o Pires prestasse ficava em cima da xícara.Quanto a Gaudêncio, parente de conhecido industrial de Arcoverde, do ramo de famosa goiabada, ele dizia:- A fórmula da goiabada tal é cinquenta por cento goiaba e outra parte jerimum. É uma goiaba e um jerimum. Naquele tempo não havia Google e a rotatividade de funcionários era grande. Quando alguém era empossado Oton, em menos de uma semana, levantava a "ficha" do novato e falava tudo sobre a procedência do neófito e espalhava na Praça. Parece que ele tinha um serviço secreto. Seu nome era Oton Leite de Oliveira, pajeuzeiro de Tuparetama. A idade está avançando e, vez por outra, algumas pessoas e fatos estão revisitando a minha memória. Estou recluso há quase seis meses. Como não tenho o que fazer fico só pensando em miolo de pote.
PEDRO MUTUCA - Alguém me dê notícias de Pedro Mutuca. Ele era chegado a um joguinho de baralho e nas horas vagas promovia rifas sorteadas pela Loteria Federal, para dar credibilidade ao seu ofício. Os prêmios, geralmente, eram revólveres ou sapatos de solado Neolite. Se a pessoa comprasse um bilhete uma vez ficava freguês. Ele decorava até o seu "palpite". Certo dia alguém teve a ideia de livrar-se da impertinência de Pedro e lhe disse:- Pedro, eu vou apostar desta vez só pra lhe fazer um favor. Foi o necessário para que este dissesse:- Eu não preciso de favor de filho da puta nenhum. Pedro perdeu um freguês e a história repercutiu.
Fomos informados pela amiga Ana Paula, da Asavap, que o querido Carlos Alberto P. da Fonseca, o Beto de Milinha, há anos residente naquele Abrigo, acometido por enfermidade foi removido para o Recife para tratamento, mas, devido à gravidade, faleceu hoje à tarde, aos 76 anos de idade, num Hospital Provisório, aqui na capital do estado. O corpo será transladado para Afogados da Ingazeira, onde será sepultado.
Oi Fernando, obrigada pelo retorno. Eles eram meus bisavós por parte de pai. Uma curiosidade que encontrei é que minha avó não leva o sobrenome de seu pai Godê, o que é um pouco incomum visto que geralmente o sobrenome do pai prevalece. Li alguma coisa sobre a família e gostaria de saber se essas histórias eram verídicas, e para conhecer melhor meus ancestrais. Grata.
Fernando, gostaria de alguma notícia da minha família que, creio, seja de Afogados da Ingazeira ou de Iguaraci. Seus nomes são Aricino Francisco Godê e Doralice de Brito Vasconcelos. Ficarei agradecida por qualquer qualquer informação.
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Pâmela, é importante que vc ofereça mais informações sobre o casal. Eu fui fiscal do Banco do Brasil na região do Pajeú, nos anos 1970, e, salvo engano, ele era cliente do Banco. Qual o teu parentesco com o casal... Teus avós? (Fernando Pires)
Rio de Janeiro, RJ Brasil - 31-agosto-2020 / 14:47:41
__________________________ Em 28 de março de 2010, em companhia da amiga Elvira de Siqueira, visitando a cidade da Ingazeira conversamos com os srs. Vander Alves (Alagoano de Viçosa), e o Isnaldo Mascena Veras (tabirense) que faleceu neste final de semana. Ambos residiam há décadas na cidade.
I ENCONTRO DOS EX-FUNCIONÁRIOS DO BB - No 1º de fevereiro deste ano, os antigos funcionários da agência do BB Afogados da Ingazeira se reencontraram, depois de 30, 40, 50 anos que não se viam.
Em Canhotinho, Pernambuco, no dia 30 de julho de 1931, há 89 anos, nascia Amaro, conhecido entre os amigos - devido ao seu modo de andar - por Amaro pé-de-pato. Ainda criança, com apenas sete anos de idade, em 1938, seus pais Manoel Filipe da Silva e Maria da Conceição vieram para Afogados da Ingazeira, trazendo-o num “caçuá” (Cesto grande e oblongo, feito de cipós rijos...), no lombo de um jumento. Chegando ao município, foram morar no sítio Santo Antonio onde residiram alguns anos. Católico praticante, desde pequeno aprendeu todos os cânticos da igreja, participando ativamente dos momentos religiosos. Como residia na zona rural, só vinha à cidade a cada quinze dias para ir à missa, ouvir a palavra do Senhor. Vinha à pé, e descalço, pois era tão pobre que não dispunha de uma simples alpercata para calçar. Logo cedo já ajudava à mãe vender hortaliças cultivadas em casa. Nessas idas e vindas, ficou empregado na casa do Sr. Guardiato de Moraes Veras (sogro do médico dr. Hermes), onde passou boa parte da sua vida.
Em 4 de dezembro de 1955 - aos 24 anos -, casou-se com Josefa Batista Gomes, em Afogados da Ingazeira, com quem teve os filhos: Maria do Carmo, Luciene, José Ivanildo, Cleidismar, Alba Regina, Aldineide, Adelmo Luiz, Carlos Clério, Janaína Patrícia, João Bosco, Severino, Cícero Carlos e Eucária. Os quatro últimos faleceram ainda crianças. Permaneceu casado por 38 anos. Era um homem simples, humilde e honesto além de respeitado e respeitador. Carismático e muito bem relacionado com todos que o cercavam.
Várias histórias sobre ele são contadas. Gostava muito de futebol e, de tão apaixonado pelo esporte, não perdia nem os treinos do Guarani – time da época. No dia do seu aniversário levava para o bate-bola um bolo com refrescos para comemorar junto aos jogadores, seus amigos. Em outra ocasião – Amaro era possuidor de uma memória excepcional; conhecia como ninguém a placa de todos os automóveis de Afogados da Ingazeira – certo comerciante teve o seu carro roubado e por não saber o número da placa, recorreu a Amaro para informá-lo, pois sem essa informação não tinha como fazer o Boletim de Ocorrência na delegacia. Conta-se que esse automóvel foi localizado.
Dizia muito feliz porque a primeira pessoa a conversar com o bispo dom Francisco, quando este colocou os pés em solo afogadense, tinha sido ele.
Durante muitos anos foi gazeteiro do Diário de Pernambuco, em Afogados da Ingazeira. Era aficionado em jogo de bicho. Tinha o semblante de um homem feliz; só o víamos sorrindo. Mas, por trás dessa alegria, existia um ser humano debilitado.
Sofria da doença de Chagas que o levaria ao túmulo no dia 14 de dezembro de 1993, aos 62 anos e cinco meses de idade. A morte o levou quando fazia o que mais gostava: passar jogo de bicho. Ainda chegou a ser levado ao Hospital Emília Câmara, mas não resistiu. Está sepultado no cemitério São Judas Tadeu, em Afogados da Ingazeira.
Abílio Barbosa de Albuquerque (10/08/1930 - 04.08.2005)
O casal Aristides Barbosa de Albuquerque e Regina Inocência de Albuquerque teve 10 filhos. Abílio, o caçula, nasceu em 10 de agosto de 1930, em Pedra Lavrada, distrito, na época, de Picuí/PB. Ele estudou na Escola Agrícola em Bananeiras, PB, vindo para Afogados da Ingazeira no início de 1949, com pouco mais de 18 anos de idade. Em 1949 foi para São Paulo onde trabalhou durante quatro anos no Ministério da Agricultura; depois, na Companhia Brasileira de Pavimentação e Obras onde passou mais dois anos, e, na Mesbla, 4 anos. Achando não ser aquela a sua vocação, passou a trabalhar na Eletrônica "Panamericana" em 1959, onde iniciou a sua vida profissional, fazendo cursos para consertar aparelhos de rádios e tvs. Foi quando começou a sua paixão pela radiodifusão.
Retornando a Afogados no começo de 1961, conheceu Dinamérico Lopes. Como já era técnico em rádio e tv, naquele mesmo ano começou a trabalhar na Rádio Pajeú de Educação Popular Ltda., sendo efetivado na empresa no 1º de março de 1965, onde trabalhou durante 30 anos. Pode-se dizer que dedicou sua vida à Rádio Pajeú. Quando a emissora apresentava problemas, ia Abílio consertá-la. Quando o problema era pequeno ele dava conta; quando não, chamavam o técnico "Sabóia", que, na maioria das vezes, passava a madrugada com Abílio para realizar o conserto.
Barbosa sempre dizia: “tudo que faço pela Rádio Pajeú é com amor”. Ele sabia da importância da emissora para a cidade e região, e não tinha nenhum interesse em usar a emissora para se promover. Ele sempre procurava um tempinho para ir até o Recife, na "Phillips", para se aperfeiçoar sobre técnicas em TVs, já que a tecnologia se desenvolvia com rapidez e ele deveria estar atualizado. Em Afogados montou uma oficina eletrotécnica para consertos de rádio e TV. Devido ao seu trabalho, ficou conhecido em toda região, pois as pessoas que o procuravam diziam sempre: “só confio no senhor, seu Abílio”. Trabalhou, também, no Cine São José, de 1975 a 1979, como operador das máquinas de retroprojetor. Na época o cinema estava sob o comando da viúva do saudoso Waldecy Xavier de Menezes, dona Ivanise. Em 11 de junho de 1967, em Afogados da Ingazeira, contraiu matrimônio com Maria do Socorro Silva Albuquerque, com quem teve cinco filhos: Cláudia, Abílio Júnior (in memoriam), Leila, Aristides (Tito) e Alberes.
Faleceu no dia 04.08.2005, prestes a completar os 75 anos de idade, na cidade de Garanhuns, e sepultado no dia seguinte no cemitério São Judas Tadeu de Afogados da Ingazeira. Teria completado 90 anos neste 10 de agosto...