AFOGADOS DA INGAZEIRA - MEMÓRIAS Guest Book

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Renato Bernardo Vieira
(26/07/1929 – 16/08/2011)

Sua Autobiografia

"Filho de Francisco Bernardo Vieira e Maria Landelina Dias Vieira, nasci em São Joaquim do Monte - PE, em 26 de julho de 1929. Com 1 ano e 2 meses meus pais resolveram voltar à terra natal, São Miguel, 3º distrito dos Bezerros, hoje Sairé e emancipado, onde passei a minha infância.
Aos 12 anos, em 1941, fui residir em Bezerros onde trabalhei em tipografia numerando talão de jogo de bicho. Fazia máscaras de papangu para vender, fui contínuo da Prefeitura e trabalhei no Hotel Comercial.

Em 1949 servi ao Exército Brasileiro, na cidade do Recife, num período de 1 ano e 3 meses. Quando dei baixa, em 1950, fui para Sertânia - PE, trabalhar no Censo de 1950. Em 16 de setembro de 1950 ingressei na empresa ANDERSON, CLAYTON, firma americana, compradora de algodão e agave em todo o Nordeste e Sul do país. Nessa empresa trabalhei por quase treze anos, nos Estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas.

Nos idos de 1952 viajei de trem para Afogados da Ingazeira, por acaso em companhia do amigo Raul Cajueiro de Albuquerque que também seguia para assumir a função de Escrivão da Coletoria Estadual e eu a chefia do escritório de ANDERSON, CLAYTON onde posteriormente assumi a gerência. Nos conhecemos em Sertânia, pois ele, por ocasião do censo de 1950, nos informava o preço de várias mercadorias concernentes ao serviço da Agência de Estatística chefiada por meu irmão José Bernardo Vieira.
Nessa agência, depois de 1 ano assumi a gerência. Na safra de 1954 – que foi ótima, compramos bastante algodão a ponto de armazenar na rua cerca de 4 extraordinários lotes de algodão e rama, porquanto a compra efetuada em Afogados era transferida para Sertânia a fim de ser beneficiada.
Devido as constantes viagens e sempre retornando a Afogados da Ingazeira, tornei-a minha sede residencial.
De Afogados fui para Viçosa-AL, Alagoa Grande-PB, Campina Grande-PB e Patos-PB, local onde assumi o pico mais alto da pequena montanha que era a fábrica de óleo. Foi para mim momento de grande satisfação, pois negociava a compra de óleo com fornecedores da Paraíba, Pernambuco e Ceará. A fábrica representava substancial investimento e por essa razão exigia muita dedicação para o seu equilíbrio.

Em 12 de março de 1961, casei-me na catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios com a afogadense Izaura Liberal Bezerra, filha do Senhor José Pedro Bezerra e Dona Eudócia Liberal Bezerra. Dessa união nasceram Walker e Franck, e do segundo filho tenho um neto de nome Renato.
Posteriormente fui nomeado secretário geral da Prefeitura Municipal de Patos-PB no Governo Otávio Lacerda. Dois anos depois deixei a Prefeitura, voltando para Afogados da Ingazeira, onde durante certo período lecionei no Ginásio Monsenhor Pinto de Campos e Estadual em companhia de Luís Justino, Luís Alves, Valdecy Menezes, Durval Galdino, Assis e outros.
Quando cheguei em Afogados ainda encontrei a empresa construtora Camillo Collier encarregada da construção da ferrovia. Empresa de funcionários bastante sociáveis que ajudava a cidade no seu desenvolvimento. Nesse período foi fundado o ACAI onde tomamos parte com vários afogadenses e funcionários da Collier.

Aluno do Colégio Monsenhor Pinto de Campos, e como ex-militar fui convidado para ser instrutor do Colégio Normal para os desfiles de 7 de setembro e outras solenidades. Os treinamentos eram realizados no período da tarde e em datas próximas aos desfiles.
Concluí o curso primário em Bezerros-PE, o ginásial em Afogados da Ingazeira-PE, o curso Técnico de Contabilidade entre Campina Grande-PB e Sertânia-PE e o curso superior no Recife.
Em 31 de março de 1967, por concurso ingressei na SUDENE, exercendo atividades por 30 anos. Como técnico, viajei por todo o nordeste, além do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Coincidentemente tive a satisfação de fazer a segunda fiscalização da fábrica de confecções localizada em Afogados da Ingazeira que recomendou a primeira liberação de recursos da SUDENE.
Durante o ano de 1967 eu viajava de trem a cada 15 dias, de Recife a Afogados da Ingazeira. Saindo do Recife às 5h do sábado e chegando às 17h em Afogados da Ingazeira e ao voltar no domingo saia às 9h chegava às 21h. Até que me organizei e transferi a família em dezembro daquele mesmo ano.

Não há como esquecer a convivência com Padre Antônio (professor de português e latim), Dr. Aloísio Arruda (matemática), Dr. Jesus (ciências), Professora Letícia Góes (francês), Profª. Terezinha Veras (história geral) e outros mais que eram dedicados e eficientes no desenvolvimento do Colégio Monsenhor Pinto de Campos.
Lembro-me bem do simpático Bispo Dom Mota que vez por outra visitava os alunos do Ginásio Monsenhor Pinto de Campos nos ensinando as práticas da vida com exemplos extraordinários.
Uma coisa que permanece em meus pensamentos foi quando, vizinho de Dr. Hermes Canto, constatei a sua dedicação e assistência aos inúmeros clientes num período em que tudo era difícil, especialmente comunicação e transporte. Lembro-me bem, que em várias oportunidades, chegando de uma atividade, e, ao se recolher, outro cliente batia em sua porta chamando-o para um atendimento médico na zona rural, sendo prontamente atendido."

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Domingo, 14 de agosto de 2011, Renato se sentiu mal e foi socorrido para o Hospital Esperança, no Recife. Dois dias depois, na terça-feira 16 de agosto, às 14h, faleceu aos 82 anos, vitimado por uma pancreatite, quando seu coração parou definitivamente.
O velório aconteceu na Casa Baptista, na rua da Conceição, Boa Vista, no Recife. O sepultamento foi realizado em Bezerros (PE), onde seus pais estão sepultados.

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Renato foi um excelente professor no curso ginasial, no Pinto de Campos, onde estudei na década de 1960 em Afogados da Ingazeira.
Aqui no Recife, no dia 5 de julho de 2008, fomos, eu e Milton Oliveira, ao seu apartamento para essa entrevista, onde colhemos suas memórias e histórias.

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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 16-agosto-2020 / 20:47:04

Fomos informados, pela amiga Leni, do falecimento do colega/contemporâneo no BB nos anos 1970, Carlos Francisco de Oliveira (Carlos China), aos 71 anos de idade, ocorrido nesta manhã de segunda-feira 10, em Salgueiro.
Ele deixa viúva Zilma Enoque de Oliveira, 4 filhos e netos.
Nossa solidariedade aos familiares.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 10-agosto-2020 / 12:44:17
Mons. Antonio de Pádua Santos

Há 105 anos, em 7 de agosto de 1915, nascia em Pesqueira Antônio de Pádua Santos. Filho de Manoel Cristóvão dos Santos e Carlinda de Abreu Santos, logo cedo demonstrou interesse pela vida religiosa, participando do catecismo e ajudando na igreja, inclusive como coroinha. Seus estudos primários foram feitos na cidade natal. Depois foi estudar no seminário de João Pessoa, na Paraíba, e, posteriormente, no de Olinda (PE), onde concluiu o curso de Teologia.
Recebeu o Ministério da Ordenação Sacerdotal no dia 8 de dezembro de 1943, na cidade de Triunfo (PE). Três anos e meio depois, para tomar posse na Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios, chegou a Afogados da Ingazeira na manhã do sábado, 26 de julho de 1947, fixando residência na Casa Paroquial, na Avenida Rio Branco.
Zeloso pelas coisas da Igreja, no seu jeito humilde sabia impor respeito com seriedade. Logo que chegou à cidade exigiu que, no interior do templo católico, as mulheres e os homens ficassem em lugares separados. As moças com roupas sem mangas não deveriam receber a comunhão
Homem simples, dinâmico e dedicado ao sacerdócio, padre Antônio logo se identificou com as pessoas da cidade. Foi redator do jornal “Gazeta do Pajeú”, cuja primeira edição saiu em 15 de novembro de 1953. Em 1956 participou, juntamente com o então acadêmico Hélio Vidal Campos, da fundação do Ginásio Cenecista Monsenhor Pinto de Campos, sendo seu primeiro diretor e professor de Português, Latim e Literatura Brasileira.

Em virtude da participação ativa no desenvolvimento da cidade, padre Antonio recebeu, na gestão do prefeito Possidônio Gomes dos Santos, o título de Cidadão Honorário de Afogados da Ingazeira, em 12 de junho de 1959. Em 25 de maio de 1961 o religioso foi eleito Vigário Capitular - padre eleito pelo cabido ou capítulo de uma diocese, para responder por ela durante a vacância ocasionada pela transferência do bispo -, em virtude da saída do bispo Dom João José da Mota e Albuquerque para ocupar a Diocese de Sobral, no Ceará. Administrou a diocese até setembro do mesmo ano, entregando-a ao novo bispo Dom Francisco Austregésilo de Mesquita Filho.
Em 1962 fundou a Escola Paroquial na Rua Sempre Viva (atual Cônego João Leite, localizada na Rua Antônio Rafael de Freitas). Por essa época padre Antônio já comentava sobre a necessidade de se instalar na cidade uma Faculdade de Formação de Professores, para atender aos anseios da juventude.

O Santo Padre, o Papa João XXIII, em 27 de abril de 1963, o nomeou com título honorífico de Monsenhor. Com a súbita morte desse Papa, foi preciso haver uma reafirmação do título, fato que se deu em 30 de setembro do mesmo ano, no papado de Paulo VI.
Monsenhor Antônio, muito zeloso com religiosidade, reafirmou que o ensino do catecismo era de importância capital para estimular a curiosidade das crianças pelos assuntos da Igreja, e também sedimentar nelas a semente da cristandade. Durante as missas de qualquer outro celebrante, Monsenhor Antônio circulava a igreja mandando para dentro do templo os jovens fiéis que fugiam do sermão, para ficar conversando na calçada, do lado de fora.

Homem tímido, mas habilidoso, ele mesmo consertava o jipe da paróquia usado nas visitas às vilas e aos distritos da sua jurisdição. Consertava, também, o seu rádio e os dos amigos que o solicitassem.

Teve a saúde debilitada em virtude da diabetes, e por ser cardiopata. Na manhã de 11 de setembro de 1981, sexta-feira, o monsenhor Antônio falecia, após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral). No seu sepultamento, um dos mais concorridos, veio gente de toda a região e de algumas cidades distantes (Pesqueira, Recife, Olinda, entre outras) Seus restos mortais foram sepultados na Igreja matriz do Senhor Bom Jesus dos Remédios, no lado esquerdo do altar.
Em sua homenagem, em 1980 foi dado o seu nome a uma escola estadual localizada na Rua Antônio Alves dos Santos, em Afogados da Ingazeira.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 9-agosto-2020 / 21:10:35

Dona Ione de Góes Barros - Quando em Afogados da Ingazeira, visitávamos a professora/amiga para conversar e algumas vezes registrar em vídeo as histórias da sua vida. No dia 22 de julho de 2011, há nove anos, ela deixava um grande vazio entre os familiares e amigos.

Nasceu no dia 13 de setembro de 1924, fruto da união de João Cecílio do Rêgo Barros e Julieta de Góes Barros, na cidade de Afogados da Ingazeira, na residência dos avós maternos Petronila de Siqueira Campos do Amaral Góes e Coronel Luiz Alves de Góes e Mello. Pais cultos, a alfabetizaram nos primeiros anos de vida. Quando em Delmiro Gouveia, Alagoas, para onde a família se mudou para fixar residência, foi matriculada em Escola Pública Estadual.

Ela diz:
"A primeira e única professora primária, afora meus pais, foi Natércia Serpa de Menezes, grande professora, amiga, minha madrinha, a quem presto homenagem pelo que aprendi. Em dezembro de 1935, prestei exame de admissão no Colégio da Sagrada Família em Casa Forte, no Recife, onde fiquei interna todo o ano de 1935. Por questões financeiras, só pude prosseguir os estudos em 1940, no Colégio Sagrado Coração, em Caruaru, em regime de externato, ficando em casa de tia Maria Luíza e tio Osvaldo, cursando a 6ª série; e a 7ª série, em 1941, em regime de internato, pois meu tio, que era médico higienista, fora transferido para Vitória de Santo Antão.
Em 1942, consegui a transferência para o Curso Normal Rural do Colégio Nossa Senhora da Graça, em Vitória, pegando a reforma do Curso Normal Rural que, ao invés de quatro passou para cinco anos. Continuei em regime de externato, já que fiquei em casa dos meus tios.
Lá, em 1942, recebi a notícia do falecimento de meu pai, de angina-pectore. Entretanto, continuei os estudos. Foi um ano péssimo. Em dezembro de 1944 recebi o diploma de professora do Curso Normal Rural. No mês de janeiro de 1945, após 30 dias de Curso de Férias promovido pela Secretaria de Educação de Pernambuco, prestei concurso. Aprovada, fui nomeada para a Escola Estadual de Ibitiranga (Boa Vista), onde passei um ano lecionando. Apesar das dificuldades de transporte, gostei. Muitas vezes vinha a pé com as verdureiras para a feira do sábado aqui em Afogados da Ingazeira. Às vezes, vinha na garupa de animal com o Sr. Aurélio Pires.

Fui transferida para a Escola Isolada na cidade de Afogados da Ingazeira em 1946 - não havia grupo escolar - onde lecionei, até a inauguração do Grupo Escolar Padre Carlos Cottart, onde ensinei por vários anos. Prestei exame de suficiência em geografia em curso oferecido pelo MEC, tendo ensinado geografia e história de Pernambuco no Curso Normal.
Durante todos os anos que militei na educação era muito trabalho, estudo, cursos, pois havendo perdido meu pai muito cedo, assumi a responsabilidade de ajudar no estudo e formatura dos meus três irmãos, no que fui ajudada pelos meus tios maternos: Padre Góes, Letícia Góes e Miguel Góes (Miguelito). Foi muita luta, da qual saí vitoriosa, pois consegui formar todos. Meu único irmão é engenheiro civil e as duas irmãs são professoras.
Fiz Curso de Formação Rural na Escola Alberto Torres, e Curso de Artes Industriais, ambos no Recife. Em 1967, por indicação do senhor Bispo Diocesano D. Francisco, fui nomeada diretora do Colégio Normal Estadual de Afogados da Ingazeira, onde permaneci até o ano de 1989. Em 1990 solicitei aposentadoria da função de professora no Estado.
Colaborei na criação da Faculdade de Formação de Professores de Afogados da Ingazeira (Fapopi) e, na gestão do padre João Carlos Acioly Paz, que foi aluno do Colégio Normal na época em que fui diretora, recebi convite para a Diretoria da Parte Administrativa da Faculdade, onde fiquei durante quatro anos.

Sendo professora pelo Curso Normal Rural, houve necessidade profissional, por exigência da Secretaria de Educação, de complementar o curso frequentado, o Pedagógico, hoje Magistério, na cidade de Sertânia, pedindo transferência posteriormente, por conveniência de trabalho, para o curso pedagógico na Escola do Professor Jucá em São José do Egito, onde concluí.
As ser criada a Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde prestei vestibular, sendo aprovada no Curso de Letras, com habilitação em Inglês/Licenciatura Curta, complementando o curso de Licenciatura Plena, na cidade de Cajazeiras, na Paraíba. Prosseguindo, em atendimento às exigências profissionais, cursei Pedagogia, com habilitação em Administração Escolar, na Faculdade de Filosofia de Caruaru. Entrei na Faculdade de Direito de Souza, na Paraíba, tendo acesso por portar diploma de curso superior, onde concluí o curso de Direito, prestando exame da OAB-PB. Posteriormente recebi a carteira da OAB-PE. Vale acrescentar que sempre consegui levar professores do Colégio Normal, do qual fui diretora por 22 anos, a fazer todos os cursos dos quais perticipei.

Afora os cursos universitários, participei de vários outros de aperfeiçoamento para diretores, promovidos pela SEC-PE, nas cidades do Recife, Garanhuns, Floresta, Petrolina, todos no Estado de Pernambuco. Todos esses cursos foram de livre e espontânea vontade, pois gostava do meu trabalho de ser diretora e professora. Enfim, gostava do meu trabalho, pois sendo titulada em Direito, nunca me interessei em prestar nenhum concurso ligado à prática jurídica, mesmo sabendo que a remuneração era e é muito superior à de professora. Não me arrependo, pois a melhor compensação é fazer o trabalho que você gosta, receber o agradecimento de pais, alunos, professores, pelo trabalho prestado à sociedade. Isso, não há dinheiro que pague." (...)"

Às 13h de 22 de julho de 2011, sexta-feira, a professora Ione Góes falecia no Hospital UNIMED Recife, aos 86 anos de idade. Seu corpo chegou a Afogados da Ingazeira na manhã do sábado 23, e foi velado na Capela do Colégio Normal e o sepultamento realizado às 16h no cemitério São Judas Tadeu. Cinquenta e três dias depois ela estaria completando 87 anos.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 29-julho-2020 / 9:55:50
Caro FERNANDO,
Grato pelo envio do vídeo da “live” de poeta Bráulio Bessa. Adorei a Arte dessa moçada.
Isto é que é a beleza da música e linguagem no estilo sertanejo ou "country", me trazem as lembranças, desde as minhas caminhadas não consentidas, em busca dos juás e umbuzeiros, desde o Borges, Gangorra e Riacho da Onça, eram uma aventura, e eu gostava da paisagem, mormente, nas chuvas.
Infelizmente essas paisagens desapareceram debaixo do crescimento urbano e das reformas rurais. Mesmo assim, ainda me levam aos distantes Sábados das cantorias de violeiros, repentistas dos cordéis do saudoso JOÃO MARTINS DE ATAYDE... Tudo bem ao lado da nossa Igreja Matriz... Aquelas cantigas falavam de coisas, aparentemente estranhas: - um pedaço de rapadura, um "coco" de água fria, a "quartinha" na janela... era bom demais. De tudo aquilo só falta agora, juntar: de mala e cuia, com bisaco, "bornal", cabaça e bogó, - montar no jegue e partir p'ra casa de "Mãe Filo" que sabe dar cafuné.
Infelizmente, hoje o sertanejo daqui já não pensa mais essas tradições. Os sertanejos do Sul também esqueceram a beleza e a tradição do estilo de PEDRO RAYMUNDO, cantando 'Adeus Mariana', 'Gaucho Largado' e outros... Quem não deixa cair a moda, no seu estilo, são os Centros de Tradição Gaúcha.
José Batista do Nascimento
RECIFE, PE Brasil - 28-julho-2020 / 10:11:01

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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 25-julho-2020 / 20:17:28

Otoniel Barbosa de Lima, 100 anos

O "Beco de dona Maroca, de Zezé, de seu Fernando...", em um dos vários bancos que existem naquele logradouro, era o ponto de encontro de todas as manhãs de Seu Otoniel com os amigos para "jogar conversa fora", trocar ideias, e onde se faziam brincadeiras uns com os outros. No dia 17 de maio de 2013, quando ele iria completar 93 anos de idade, estando em Afogados da Ingazeira conversei com o nobre amigo e transcrevi o nosso bate-papo:

Filho de Antonio Barbosa de Lima e de Maria Queiroz do Amaral, nasceu no sítio Saco dos Queiroz, em Carnaíba, PE no dia 17 de maio de 1920.De uma família católica, logo após o seu nascimento, já com a saúde debilitada, os seus pais, com receio de que ele falecesse sem ser batizado, procuraram padres em várias vilas na redondeza e, não os encontrando, numa última tentativa foram à então vila de Custódia, quando, finalmente encontraram um sacerdote e o batismo foi realizado.

Indagado sobre as alegrias e bons momentos da sua infância e juventude, disse não se recordar, pois a sua vida foi sempre de grandes dificuldades. Os seus estudos foram realizados através de professores particulares. Recorda-se do professor Bernardino, tio ou avô de Carlinho de Lica.

Em novembro de 1947, na Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios, Otoniel contraiu matrimônio com a jovem Maria Dolores de Góes Lima (sobrinha de Luiz Bitu) com quem teve dois filhos que sobreviveram por apenas alguns dias. Esse casamento teve um lance interessante: Onde se encontrava a sua certidão de batismo? Procuraram em várias localidades, inclusive em Custódia, sem êxito. Tendo em vista que na época Custódia era uma Vila, somente conseguiram localizá-la na Paroquia de Sertânia.

Após esse casamento, em vista das dificuldades enfrentadas no dia a dia, chamou a esposa para irem residir na zona rural, no sítio Saco dos Queiroz, mas ela se negou dizendo que não iria, pois sempre havia morado na cidade. Passado algum tempo e, tendo em vista que continuava desempregado, resolveu, em 1950, seguir viagem em “pau de arara” para São Paulo, mas, em virtude da dificuldade desse transporte chegar à capital paulista, resolveu se dirigir para o Rio de Janeiro.
Inicialmente para Teresópolis, para trabalhar em uma Granja, mas as condições oferecidas eram subumanas e ele, no dia seguinte saiu em direção ao Rio de Janeiro, Capital do então estado da Guanabara. Lá encontrou um casal que lhe deu apoio moral, no entanto o que ele mais necessitava, no momento, era um canto para repousar e se alimentar, pois estava exausto e com muita fome.
Em um prédio, ao acaso, Otoniel contatou o porteiro que, mesmo receoso por se tratar de um estranho, lhe acolheu no porão do edifício, sem a autorização do proprietário. Nesse ínterim, um empresário que passava nesse prédio, na busca de um material naquele mesmo porão, encontrando-o dormindo sob papelões, perguntou se ele gostaria de trabalhar na construção civil, no que aceitou imediatamente a proposta.
Era carnaval na Cidade Maravilhosa e esse empresário o levou para um alojamento onde ele ficou cinco dias – com direito a alimentação e teto – até que os festejos passassem. Otoniel, com então 30 anos de idade, permaneceu uns oito anos trabalhando nos empreendimentos desse engenheiro. Já com um ano no emprego veio buscar a esposa e, passados 7 anos, ela saudosa pediu para que voltassem para Afogados da Ingazeira, pois há tanto tempo não via a sua mãe.
A contragosto Otoniel juntou seus pertences e retornou, trazendo algum dinheiro e, em Afogados investiu o que conseguiu economizar, fruto do seu trabalho, em outro imóvel na cidade, onde já possuía uma casa. Tempos depois, conseguiu um emprego Estadual na área da saúde, trabalhando como enfermeiro do Posto de Saúde local, indo, depois da inauguração do Hospital e Maternidade Emília Câmara, para aquele centro de saúde.

De outro relacionamento, com a jovem Maria do Carmo Ramos, teve uma filha – Fernanda – que lhe fez companhia desde que ficou viúvo.

No dia a dia, mesmo nonagenário, fazia sua caminhada e dava uma paradinha na travessa Major Antonio César (beco de dona Maroca, beco de seu Fernando ou beco do Zezé) para um bate-papo com os amigos até a hora do almoço, quando então fazia o caminho de volta à casa.

Neste sábado 25, nas primeiras horas do dia, aos 100 anos de idade, faleceu no Hospital Regional Emília Câmara, deixando um vazio nos seus familiares e nos muitos amigos que o prezavam.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 25-julho-2020 / 17:29:21
Em busca da história da minha origem - Minha mãe, Maria de Lima Alves (Moça), nascida em 1926, casou-se em 1949 com José Santana Alves. Moravam no sítio Minador, mas, em 1958 foram para São Paulo.
Hoje ela está com 94 anos, mas nunca se esqueceu da sua terra natal.
Eu sou a filha mais nova e resido no Recife. Nunca fui a Afogados da Ingazeira, mas tenho um grande amor por essa terra tão querida.
Dona Moça deixou parentes aí; o nome de um tio dela se chamava José Trajano, já falecido; Um irmão dela Antônio Lopes de Lima (Totó), já falecido, viveu muitos anos na rua Cazuzinha Lopes.
Se alguém souber de alguma história sobre eles, ficarei agradecida.

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Rosa, mostre à sua mãe alguns dos vídeos que retratam Afogados da Ingazeira desde o início do séc. passado. Certamente ela ficará feliz em rever imagens antigas, do seu tempo. (Fernando Pires)

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Rosa Alves <rosasantanacnc@gmail.com>
Recife, PE Brasil - 25-julho-2020 / 11:50:31

Logo cedo recebi mensagem do amigo Francisco das Chagas informando o falecimento da sua esposa Maria Zélia, ocorrido nas primeiras horas desta sexta (24/07) no Hospital Regional Emília Câmara.
Ela contava 64 anos e deixa esposo e a filha Charla.
Aos familiares, nossa sincera solidariedade.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 24-julho-2020 / 9:17:09

Fernando, amei a sua página, excelente ponto de encontro, estarei sempre aqui.

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Leia, Cícero Damascena era pai de tia Idalina, esposa de tio Severino Pires (Fernando Pires).

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Leia Rodrigues de Lima Oliveira
São Bernardo do Campo, SP Brasil - 22-julho-2020 / 23:58:31
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