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 Saudade
Relendo a Canção do Exilio, de Gonçalves Dias, ouso dizer que minha terra tem oitizeiros, acácias de cacho, eucaliptos, fícus e algarobas. Casas grandes e pegadas, com janelões e portais, nas mais variadas e lindas cores. Praças e mais praças a receber crianças, idosos, casais apaixonados, parques e barraquinhas. Quando não te vejo, sinto saudades, daí a eterna vontade de saciar esse sentimento e caminhar sob teu calçamento quente, olhar para quem passa, quem fica nas janelas, vendo e ouvindo conversas. Sentar na calçada da igreja, debaixo de uma árvore frondosa, receber o bafo morno do vento que vem desencanado, rua acima, rua abaixo, sob o sol que desaba no dia claro, sem nuvens. Recordo a cidade que admiro com reconhecimento e alegria. Suas ruas largas e floridas, num encanto sem fim. Rever o povo que amo, que organiza festas profanas. A igreja a celebrar procissões, missas cantadas, casamentos e batizados. Sem esquecer a atual e altaneira Rádio Pajeú, que informa e atualiza o povo da região. Minha cidade sertaneja, Afogados da Ingazeira, protegida por inúmeras montanhas, patrimônio coletivo, meu por de sol mais pungente, trazendo todas as cores de um arco íris misturadas qual tapete suspenso no céu a receber o anoitecer. Com saudade te olho em sonhos, sabendo que a ti voltarei, para renovar minhas energias e ter forças para passar mais uns dias sem te ver. (Maria Lúcia de Araújo Nogueira, em 06/03/2022).
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Maria Lucia de Araújo Nogueira |
Recife, PE Brasil - 7-março-2022 / 20:06:41
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Berta Celia Lemos Liberal 02.02.1947 / 13.11.1955
Filha do casal João Ferreira Liberal (João Yoyô) e Cândida Xavier de Lemos, nascia Berta Celia Lemos Liberal, no dia 2 de fevereiro de 1947, na pequena Afogados da Ingazeira. Ela, como toda a família, era católica. O seu grande sonho, fazer a "Primeira Comunhão", foi realizado pelo Pe. Antonio de Pádua Santos. Seus estudos foram iniciados, como o da maioria dos afogadenses da época, nas Escolas Reunidas Dona Anna Mello e depois no Grupo Escolar Pe. Carlos Cottart. Na bucólica Afogados da Ingazeira, na década de 50 e início dos anos 60, a iluminação era fornecida por um pequeno motor ligado apenas das 18h às 22h. Em virtude disso, as famílias usavam velas, lampiões e candeeiros para iluminar as residências além desse horário. Berta Celia era tão ligada à mãe que, se esta se ausentasse de sua residência sem lhe avisar, ela 'batia' toda a rua, de casa em casa, à sua procura. João 'Yoyô' via na filha a imagem da mãe dele a quem não chegou a conhecer, pois ela havia falecido quando do seu nascimento. Apenas sabia que ela era loira e de olhos azuis, como a sua Berta. Os seus padrinhos de batismo foram dona Maria das Dores e seu Helvécio César de Macedo Lima.
No nefasto novembro de 1955, Berta Celia, com tão-somente oito anos de idade, foi protagonista de uma fatalidade, sendo vitimada por acidente com um candeeiro. O sr. João Yoyô, era casado em segundas núpcias e tinha filhos dos dois casamentos. No 1º de novembro de 1955, a esposa do seu irmão, Pedro, pediu aos sogros para Berta lhe fazer companhia à noite, tendo em vista que ele iria viajar e ela ficaria sozinha.
Naquele fatídico dia, já sem energia elétrica, que só ficava ligada até às 22h, a cunhada acendeu um candeeiro perto da cadeira de balanço onde se encontrava a garotinha Berta. Ela estava vestida com uma roupa 'armada' com goma, e adormeceu. Sem explicação plausível, o candeeiro caiu em cima dela e, já em chamas, ela correu até sua cunhada que se encontrava na cozinha, lavando a louça e organizando o ambiente. Mas o socorro não foi suficiente para livrá-la das sérias queimaduras de 3º grau.
Mesmo estando com o corpo todo queimado, Berta suportava as terríveis dores que a afligiam, sem reclamar ou chorar. Deitada na cama, na rede ou no chão, as irmãs e familiares formaram um círculo ao seu redor como que para lhes dar forças para superar o terrível momento. Ela ficava apertando o braço das irmãs e dando pequenos beliscões - achavam que eram por conta das dores sentidas; o que agravou seu estado de saúde foram as queimaduras sofridas no umbigo, causando o tétano.
Resistiu a esse sofrimento durante treze dias, acompanhada por atendimento médico, quando, no dia do seu falecimento, teve a visão de uma Mulher de Azul que lhe sorria. Por conta da dor física, sem reclamar ou chorar, e dessa visão, algumas pessoas diziam que ela era uma santa e começaram a pedir graças, e à medida que eram atendidas, a notícia começou a se espalhar. Seus pais, familiares e toda Afogados da Ingazeira ficaram abalados com o trágico acidente. Berta Celia foi sepultada no dia 13 de novembro de 1955, no cemitério São Judas Tadeu, em Afogados da Ingazeira. Desde então o seu túmulo é muito visitado, principalmente nos dias de Finados, onde as pessoas depositam ex-votos (fotografias, pequenas estátuas ou órgãos moldados em madeira ou cera em túmulos, igrejas ou capelas, como agradecimento por graças alcançadas).
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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com> |
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Recife, PE Brasil - 6-março-2022 / 16:03:03
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Severino Pires de Souza - Filho de Antônio de Souza Pereira (irmão do Padre Pedro de Souza Pereira) e de Maria Leopoldina Pires, nasceu em 4 de abril de 1894, na cidade de Afogados da Ingazeira. Na juventude passou a morar com seu tio, padre Pedro, que foi prefeito de Afogados da Ingazeira em duas ocasiões. O sr. Zeca Pereira e dona Nozinha eram seus irmãos.
Casou-se em 1919 com Maria Cândida Liberal Firmo e tiveram 10 filhos, sendo Carlos Vanildo Pires o mais velho (meu pai) que o ajudou nas décadas de 1930 e 1940 a implantar e administrar a usina de fornecimento de energia e água para o município de Afogados da Ingazeira, e uma fábrica de caroá em Floresta do Navio (PE).
Na década de 1920 passou a trabalhar na Sanbra (Sociedade Algodoeira do NE brasileiro), e tornou-se agente de desenvolvimento da Cia. Passou a morar inicialmente em Arcoverde (antiga Rio Branco), depois em Sertânia (Alagoa de Baixo) e por último Afogados da Ingazeira; sempre seguindo o avanço da estrada de ferro da Great Western.
Retornando a sua cidade natal desistiu de continuar na função, porém continuou ligado à empresa comercializando algodão para a mesma.
Nessa época comprou a fazenda Água Branca, com área de aproximadamente 1.000 ha, nos municípios de Afogados da Ingazeira e Iguaracy, e fixou residência por lá. Proprietário de armazém e casa em Afogados da Ingazeira, e imóveis em Iguaracy e no Recife, era conhecido por Severino Pereira ou Severino Pires. Faleceu com 82 anos em 1976, em sua residência, no Recife.
(Esse pequeno histórico do ilustre afogadense, foi-nos enviado por Paulo Pires, seu neto, a pedido nosso.)
Fotos de dois momentos da sua vida...
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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com> |
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Recife, PE Brasil - 2-março-2022 / 14:01:58
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Na Torre
Se pudesse deter o relógio do tempo, retrocederia nas horas maravilhosas que se escoaram sob meus olhos extasiados. Ser acordada por andorinhas em algazarra, incansáveis, na sua trajetória, mundo afora. Voando com seu trissado insistente, à cata de comida e calor ao redor da torre da catedral afogadense, bela e acolhedora, que para se rebelar dessa enxurrada, clamava o badalar do relógio, tão altivo e forte, dava as horas festejando com furor o dia a correr. As andorinhas, então, alçavam voo, fugiam ao entardecer, desapareciam no espaço, sem que nessa hora a saudade florescesse dentro de mim. É vão o desejo de reter o carrossel da vida, congelar as horas e parar de correr contra a luz do tempo que jamais se esgota. Perco-me ao olhar para o voo de outras aves que substituíram minhas andorinhas. E debruçada no portão da vida, fico à espera do que virá, nos sonhos que vivi, nas fantasias que me faziam delirar, e desejar ser uma andorinha, perdida no azul dos céus do meu sertão. (Maria Lúcia de Araújo Nogueira, 22/02/2022)
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Maria Lucia de Araújo Nogueira |
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Recife, PE Brasil - 28-fevereiro-2022 / 11:17:58
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Mais um contemporâneo/amigo de infância se foi... Toinho Feitosa sentou nos bancos do Grupo Escolar Padre Carlos Cottart juntamente comigo, nos anos 1950 e início dos anos 1960. Algumas poucas vezes, quando em Afogados da Ingazeira, nos encontrávamos para um bom bate-papo... Toinho, que estejas desfrutando da Glória Eterna! Aos teus familiares, a nossa solidariedade.
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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com> |
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Recife, PE Brasil - 23-fevereiro-2022 / 10:49:17
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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com> |
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Recife, PE Brasil - 22-fevereiro-2022 / 20:17:56
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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com> |
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Recife, PE Brasil - 22-fevereiro-2022 / 20:13:55
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Faleceu neste domingo 20, no Recife, aos 53 anos de idade, a senhora Vanuza Veras Valadares. Toninho e filhos, recebam nossa solidariedade.
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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com> |
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Recife, PE Brasil - 20-fevereiro-2022 / 9:24:43
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Fomos informados, há pouco, por Tiziu, do passamento do amigo Nivaldo Inácio da Silva, aos 72 anos (07.09.1949), ocorrido nas primeiras horas deste domingo 20, por infarto fulminante, em sua residência rural. Aos familiares, nossas condolências.
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Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com> |
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Recife, PE Brasil - 20-fevereiro-2022 / 7:32:07
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Fernando, estou quase acabando a leitura do vosso recente book; posso afirmar que estou adorando essa obra literária. A prova está que sou um propagandista da sua obra-prima. Estou presenteando a minha sobrinha Rosilda, que reside em Riacho Fundo, na Ingazeira; ela está na expectativa para recebê-lo. Até a próxima.
__________________________________ Zezé, vou contatar Rosilda para ir buscar o livro na residência da minha família, vizinho ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, em Afogados da Ingazeira, pois ela vai sempre à cidade. Forte abraço. (Fernando Pires)
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Zezé de Moura <jojephd@yahoo.com> |
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Rosemead - Califórnia, CA EUA - 17-fevereiro-2022 / 9:47:48
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